O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acena para a multidão antes de um discurso em 7 de junho de 2024, em Nova Délhi
Money SHARMA
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, acena para a multidão antes de um discurso em 7 de junho de 2024, em Nova Délhi
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O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, será empossado neste domingo (9) para um terceiro mandato, após resultados eleitorais que o obrigam a depender de uma coalizão de quinze aliados para governar o país mais populoso do mundo.

Durante a cerimônia, que ocorrerá à tarde no palácio presidencial na capital Nova Délhi, cerca de 30 ministros também prestarão juramento sobre a Constituição, embora Modi ainda não tenha anunciado a composição de seu novo gabinete.

O governo anterior do primeiro-ministro, de 73 anos e membro do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), era composto por 81 ministros.

O BJP conquistou 240 legisladores, 32 assentos a menos do que a maioria absoluta e muito abaixo dos 303 obtidos nas eleições legislativas de 2019.

Contra todas as previsões, o Congresso, principal partido da oposição, conquistou 99 assentos, quase o dobro dos 52 que obteve em 2019.

Os resultados obrigaram Modi, no poder desde 2014, a negociar com seus parceiros da Aliança Democrática Nacional (NDA), uma coalizão de 15 formações políticas, para estabelecer uma maioria de governo.

- Concessões importantes -

No total, a NDA possui 293 dos 543 assentos no Parlamento, mas vários membros da coalizão exigiram grandes concessões, incluindo importantes ministérios, em troca de seu apoio.

No entanto, as pastas mais importantes, incluindo Interior, Relações Exteriores, Finanças e Defesa, devem permanecer nas mãos de membros do BJP, de acordo com o jornal The Times of India.

"Estamos nos preparando para formar o governo", escreveu Modi em um artigo publicado neste domingo em seu site.

Dependente dos aliados, o líder indiano enfrentará o terceiro mandato com mais complicações, alertam os analistas.

"A coalizão agora obrigará o BJP a se comprometer a realizar mais consultas", afirmou Sajjan Kumar, diretor do grupo de pesquisa política PRACCIS, sediado em Nova Délhi.

- Posse da oposição -

Milhares de soldados foram mobilizados na capital para a cerimônia de posse.

Está previsto que a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, e o presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, bem como os líderes de Butão, Nepal e Maldivas, compareçam à cerimônia e ao banquete de Estado subsequente.

China e Paquistão, vizinhos e rivais da Índia, não estarão presentes e não enviarão nenhum alto funcionário.

No domingo, Modi depositou flores no monumento ao pai da nação, Mahatma Gandhi, antes de visitar o monumento nacional da guerra.

Seu rival político, o líder do Congresso, Rahul Gandhi, foi nomeado no sábado de forma unânime pela cúpula de seu partido como líder oficial da oposição indiana.

Se sua nomeação for oficializada, como previsto, ele deverá assumir seu novo cargo no início da próxima semana.

As regras do Parlamento indiano exigem que o líder da oposição provenha de um partido que tenha mais de 10% dos assentos da câmara baixa.

O cargo estava vago desde 2014, pois o partido do Congresso, da dinastia política Nehru-Gandhi, que dominou por muito tempo a vida política na Índia, não conseguiu alcançar esse percentual devido a duas derrotas eleitorais para o partido de Modi.

    AFP

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