O presidente dos EUA, Joe Biden, à direita, e o presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma reunião bilateral no Palácio do Eliseu, em Paris, em 8 de junho de 2024
Saul Loeb
O presidente dos EUA, Joe Biden, à direita, e o presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma reunião bilateral no Palácio do Eliseu, em Paris, em 8 de junho de 2024
SAUL LOEB

O presidente americano, Joe Biden, prometeu neste sábado (8) que Washington permanecerá "firme" com a Ucrânia, durante uma visita de Estado à França com grande foco na invasão russa à ex-república soviética.

Biden participou na quinta-feira das cerimônias que marcaram o 80º aniversário do Desembarque na Normandia, em 6 de junho de 1944, que ajudou a libertar a Europa da ocupação nazista.

O presidente democrata, de 81 anos, reiterou em diversas ocasiões o valor da aliança com a Europa e ressaltou que seu governo defende a continuidade do apoio à Ucrânia, que enfrenta dificuldades no front depois de mais de dois anos de guerra.

“Putin não vai parar na Ucrânia (…) toda a Europa estará ameaçada, não vamos deixar que isto aconteça”, disse Biden em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, após uma reunião bilateral.

Biden tem em vita a campanha pela reeleição em novembro em um duelo contra o ex-presidente republicano Donald Trump, que defende políticas mais isolacionistas, enquanto Macron enfrenta um teste eleitoral neste fim de semana nas eleições para o Parlamento Europeu.

- "A lealdade de um parceiro" -

Macron, de 46 anos, agradeceu a Biden, “o presidente da principal potência mundial”, por agir “com a lealdade de um parceiro que ama e respeita os europeus”.

Trump frequentemente critica a Otan e gerou preocupações em fevereiro ao afirmar que, se fosse eleito, "incentivaria" a Rússia fazer o que quisesse com os membros da aliança militar que estivessem com os pagamentos atrasados.

A visita de Estado de Biden à França começou neste sábado com uma cerimônia ao lado de Macron no Arco do Triunfo, onde depositaram uma coroa de flores no monumento do Soldado Desconhecido.

Depois os líderes percorreram a avenida Champs-Elysées, escoltados por 140 cavalos e 38 motociclistas. Macron recebeu então Biden no Palácio do Eliseu para uma reunião, seguida de um almoço de trabalho e um jantar de gala.

A guerra na Ucrânia esteve no centro da agenda. O conflito marcou também a comemoração do “Dia D”, para a qual Putin não foi convidado, ao contrário do que aconteceu há 10 anos.

Tanto Biden quanto Macron se reuniram com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky em Paris na sexta-feira e prometeram manter o apoio a Kiev.

O presidente dos EUA apresentou a Zelensky as suas “desculpas” pelos meses de negociações que precederam a complicada aprovação pelo Congresso de um pacote de ajuda de 61 bilhões dólares (R$ 322 bilhões) para a Ucrânia.

Entre outros compromissos, Zelensky também conseguiu que Paris lhe entregasse caças Mirage 2000-5, embora o número não tenha sido divulgado, e o treinamento de pilotos ucranianos na França, com o objetivo de já estarem operando até o fim do ano.

A guerra em Gaza surgiu como uma questão mais delicada, uma vez que os Estados Unidos são o principal aliado de Israel e a França se distanciou da forma como o Exército israelense conduz a ofensiva contra o movimento islamista palestino Hamas.

No fim de maio, as autoridades francesas proibiram os fabricantes de armas israelenses de participarem de uma feira comercial de defesa realizada nos arredores de Paris.

Após o anúncio de que o Exército de Israel resgatou quatro reféns israelenses de Gaza, Biden afirmou que os Estado Unidos não vão parar de trabalhar “até que todos os reféns voltem para casa e haja um cessar-fogo”.

    AFP

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