Um cachorro de rua em frente à Mesquita Azul, em Istambul, em 29 de maio de 2024
Yasin Akgul
Um cachorro de rua em frente à Mesquita Azul, em Istambul, em 29 de maio de 2024
Yasin Akgul

Sob slogans como “Não se cale, diga não ao massacre”, milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (2) em Istambul contra um projeto de lei polêmico que prevê o abate de cães de rua para conter sua proliferação.

Os manifestantes reuniram-se na Praça Yenikapi, na parte europeia de Istambul, e alguns usavam camisetas com imagens de cães e gatos. Outros seguravam cartazes de cães com olhares de súplica em seus rostos.

Os defensores desses animais, de todas as idades e convicções políticas, se opuseram a uma iniciativa do partido governista AKP, que busca controlar uma população de quatro milhões de cães de rua em toda a Turquia, de acordo com estimativas oficiais. Em 2022, o Ministério da Agricultura disse que havia dez milhões.

Atualmente, está sendo redigida uma legislação que permitiria que eles fossem capturados em massa, esterilizados e marcados com um chip e, se não fossem adotados em 30 dias, eutanasiados.

Em vez disso, os opositores pedem campanhas reais de esterilização e denunciam a falta de meios para lidar com o problema.

“Não é bom para os animais, é uma lei assassina”, criticou Sule Giritlioglu, uma engenheira de 27 anos. “Achamos que os gatos serão o próximo alvo”, disse ela à AFP.

O presidente, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu esta semana que a Turquia tem um “problema com cães de rua que não existe em nenhum país desenvolvido” e citou um aumento nos casos de raiva.

“Temos que adotar métodos mais radicais”, insistiu o chefe de Estado, defendendo campanhas de esterilização e adoção para evitar “passar para o próximo estágio”.

    AFP

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