Policiais ucranianos examinam fragmentos de um míssil em um parque em Kharkov, Ucrânia, em 19 de maio de 2024
Sergey Bobok
Policiais ucranianos examinam fragmentos de um míssil em um parque em Kharkov, Ucrânia, em 19 de maio de 2024
SERGEY BOBOK

O secretário-geral da Otan minimizou, nesta sexta-feira (31) as ameaças russas de escalada na Ucrânia, depois que o presidente dos Estados Unidos autorizou Kiev a atacar objetivos no território russo fronteiriço para defender a cidade de Kharkiv.

"Não há nada de novo (...) Faz parte dos esforços do presidente [russo Vladimir] Putin para evitar que os aliados da Otan apoiem a Ucrânia", disse Jens Stoltenberg antes do início de uma reunião da Otan em Praga.

Três pessoas morreram e 23 ficaram feridas em ataques russos na cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, perto da fronteira russa, indicaram as autoridades regionais nesta sexta-feira.

Os mísseis, do tipo S-300 e S-400, foram lançados a partir da região russa de Belgorod, fronteiriça com a Ucrânia, segundo o Ministério Público regional, que informou cinco ataques no total.

Kharkiv é alvo quase diário de bombardeios procedentes em sua maioria do território russo, como parte da ofensiva que a Rússia lançou no início de maio na região, onde está ganhando terreno frente a um Exército ucraniano carente de munições e homens.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, assegurou que as forças de seu país conquistaram 880km² ao longo do ano na Ucrânia, e 28 localidade neste mês de maio na região de Kharkiv.

Apesar de suas conquistas, a Rússia ainda não teve um avanço significativo nessa área.

Na madrugada desta sexta, a Rússia também lançou vários mísseis em direção a Kiev, mas todos foram derrubados, segundo a administração militar da capital ucraniana.

- Sinal verde de Biden -

Diante da ofensiva de Moscou, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde na quinta-feira para que a Ucrânia use suas armas para atacar alvos no território russo fronteiriço.

"O presidente ordenou recentemente à sua equipe que se assegure de que a Ucrânia possa utilizar armas entregues pelos Estados Unidos com fins de contra-ataque na região de Kharkiv", disse um alto funcionário sob anonimato.

A Casa Branca esclareceu que a autorização se limita a alvos na fronteira usados por Moscou para lançar seus ataques, e não inclui disparos de longo alcance para dentro do território russo, por exemplo com os ATACM, mísseis de um alcance de 300 km fornecidos por Washington.

Serguei Nikiforov, porta-voz do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, assegurou em uma mensagem escrita à imprensa que a decisão de Biden "fortalecerá significativamente nossa capacidade de contra-atacar as tentativas russas de se concentrar nos dois lados da fronteira".

Nesta sexta-feira, a Alemanha também autorizou a Ucrânia a usar armas alemãs em território russo para se defender contra ataques russos, especialmente em Kharkiv, anunciou um porta-voz do governo.

O Kremlin criticou a Otan por lançar “um novo ciclo de escalada”.

Zelensky chegou à Suécia nesta sexta-feira para pedir novamente aos seus aliados do norte da Europa que forneçam mais armas e alertou que Moscou está preparando “provocações” nas fronteiras dos países do Báltico.

Em resposta aos ataques russos, a Ucrânia lançou ataques de drones no início da manhã desta sexta-feira, visando especialmente a cidade portuária de Novorossiysk e um depósito de petróleo em Temriuk, na região de Krasnodar, no sul da Rússia.

O Ministério da Defesa russo disse que interceptou 29 drones ucranianos nessa região.

De acordo com um relatório do Departamento de Defesa dos EUA divulgado na quarta-feira, a Rússia está usando mísseis balísticos norte-coreanos na Ucrânia, com base na análise de destroços encontrados em janeiro na região de Kharkiv.

A China disse que não está fornecendo armas a nenhuma das partes do conflito, ao mesmo tempo em que considera “difícil” participar da cúpula internacional sobre a Ucrânia programada para ocorrer na Suíça nos dias 15 e 16 de junho, na qual não haverá representantes russos.

    AFP

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