Os Ministros das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski (2.º à esquerda)
MICHAL CIZEK
Os Ministros das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski (2.º à esquerda)
Michal Cizek

A Rússia acusou, nesta quinta-feira (30), os países da Otan, que avaliam autorizar a Ucrânia a usar armas ocidentais para atingir o território russo, de “incitarem” a ex-república soviética a prolongar o conflito.

“Os países membros da Otan (…) estão dando uma nova reviravolta na escalada das tensões, e fazem-no deliberadamente”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov.

“Eles incitam a Ucrânia por todos os meios possíveis para prolongar esta guerra sem sentido”, acrescentou aos repórteres.

As declarações de Peskov coincidem com uma reunião informal dos ministros das Relações Exteriores da Otan em Praga, em meio aos apelos do governo ucraniano aos seus aliados para que lhe permitam usar armas ocidentais com o objetivo de realizar ataques na Rússia.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se mostrou favorável, mas outros países, como Estados Unidos, Alemanha e Itália, recusam-se a permitir que a Ucrânia realize ataques fora de suas fronteiras com as suas armas, por medo de serem arrastados para um conflito direto com Moscou.

“Acho que é hora de reavaliar algumas dessas restrições para permitir que os ucranianos se defendam”, à luz dos recentes combates, disse Stoltenberg em Praga.

França, República Tcheca e Noruega também são a favor de permitir que a Ucrânia utilize armas de longo alcance fornecidas pelos seus aliados para atingir alvos dentro da Rússia.

Moscou reivindicou na segunda-feira a captura de duas novas cidades nas regiões de Donetsk e Kharkiv, no leste da Ucrânia, um novo avanço das tropas russas nesta área contra um Exército ucraniano em dificuldades.

A Rússia está tentando ampliar sua vantagem no campo de batalha antes que as forças de Kiev recebam armas americanas.

A Ucrânia enviou reforços para a região e o presidente Volodimir Zelensky alertou que poderia ser a primeira onda de uma ofensiva russa mais ampla no verão.

    AFP

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