Supermercado em Noumea, danificado durante os distúrbios desta semana na Nova Caledônia, território francês no Pacífico
Theo Rouby
Supermercado em Noumea, danificado durante os distúrbios desta semana na Nova Caledônia, território francês no Pacífico
Theo Rouby

Os primeiros voos de evacuação dos turistas bloqueados na Nova Caledônia, território francês no Pacífico, deixaram o arquipélago neste sábado (25), informaram as autoridades locais, que tentam conter uma onda de distúrbios violentos.

O aeroporto internacional da capital, Noumea, está fechado há mais de uma semana e os voos comerciais foram cancelados pelo menos até a terça-feira por causa dos distúrbios.

"As medidas para mandar para casa os turistas estrangeiros e franceses continuam", informou o governo da Nova Caledônia em um comunicado.

Os turistas partiram neste sábado para a Austrália e a Nova Zelândia do aeródromo Magenta, em Noumea, a bordo de aviões militares, constatou um jornalista da AFP.

Dali, eles pegarão voos comerciais rumo à França continental.

"Vim de férias visitar minha melhor amiga (...) Começou o conflito e fiquei presa" em Noumea, contou à AFP Audrey, uma francesa que não informou seu sobrenome.

Austrália e Nova Zelândia começaram a repatriar seus cidadãos na terça-feira.

A tensão tem diminuído gradativamente para as pessoas bloqueadas no território desde o início dos distúrbios, em 13 de maio, provocados pela oposição a uma proposta de reforma do censo eleitoral.

Sete pessoas morreram em consequência da violência. A última vítima foi um homem atingido por disparos feitos por um policial que foi atacado por manifestantes.

A Nova Caledônia está sob mando francês desde os anos 1800, mas muitos integrantes do povo autóctone kanak se ressentem do poder de Paris sobre suas ilhas e reivindicam mais autonomia ou a independência.

A França pretende dar direito ao voto aos milhares de residentes não autóctones, o que, segundo os kanak, diluirá sua influência eleitoral.

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o arquipélago na quinta-feira para tentar conter a crise política.

Em sua visita, Macron assegurou que a reforma eleitoral não será imposta.

Ele assegurou, neste sábado, que está disposto a realizar um referendo sobre a polêmica reforma, embora tenha dito esperar que as autoridades caledônias possam chegar a um acordo.

A França decretou estado de emergência e enviou centenas de policiais e militares para ajudar a restaurar a ordem no território, situado a cerca de 17.000 km da França continental.

    AFP

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!