O líder de oposição do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer (E), e o líder do Partido Trabalhista Escocês, Anas Sarwar, acenam para apoiadores em Glasgow, em 24 de maio de 2024, ao lançarem a campanha do Partido Trabalhista Escocês para as eleições gerais em 4 de julho.
Andy Buchanan
O líder de oposição do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer (E), e o líder do Partido Trabalhista Escocês, Anas Sarwar, acenam para apoiadores em Glasgow, em 24 de maio de 2024, ao lançarem a campanha do Partido Trabalhista Escocês para as eleições gerais em 4 de julho.
ANDY BUCHANAN

O líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, criticou nesta sexta-feira (24) os separatistas na Escócia, um território-chave antes das eleições legislativas de 4 de julho, nas quais seu partido é o grande favorito.

Em situação confortável para se tornar o próximo primeiro-ministro britânico, segundo as pesquisas, Keir Starmer disse em Glasgow que os votos escoceses são “vitais” para colocar fim a 14 anos de governo conservador no Reino Unido.

Starmer, no segundo dia de campanha eleitoral, criticou o separatista Partido Nacional Escocês (SNP), no poder na Escócia há dezessete anos, afirmando que seus integrantes semearam o "caos e divisão".

“Só o Partido Trabalhista pode pôr fim a isto e virar a página”, disse Starmer, que assumiu a liderança do seu partido em 2020, meses após a derrota nas eleições legislativas de 2019.

Após o desastre trabalhista em 2019, Starmer sucedeu Jeremy Corbyn, de tendência mais esquerdista, em abril de 2020, aproximando seu partido de uma posição mais central.

Corbyn, expulso do partido em 2020 e acusado de antissemitismo depois de ter sido substituído por Starmer, anunciou nesta sexta-feira que concorrerá às eleições como independente, pelo seu distrito no bairro londrino de Islington North.

- Recuperação trabalhista na Escócia -

Até ao início dos anos 2000, a Escócia era o local favorito dos trabalhistas nas eleições britânicas, mas em 2019, o SNP, também um partido de esquerda, conseguiu obter 48 dos 59 assentos em disputa na região.

Mas uma pesquisa publicada em maio colocou os trabalhistas na liderança das intenções de voto na Escócia com 37%, frente a 31% dos separatistas, alimentando as esperanças do partido de Starmer.

O partido independentista escocês atravessa uma crise desde a saída da primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, há pouco mais de um ano.

O SNP é objeto de uma investigação policial sobre as suas finanças, e o então primeiro-ministro, Humza Yousaf, renunciou há algumas semanas.

O novo premiê da Escócia e líder do SNP, John Swinney, reafirmou que a independência pode ser alcançada dentro de cinco anos.

Um referendo pela independência em 2014 resultou em uma vitória do “não”, apoiado por 55,3% dos votos, em comparação com 44,7% a favor da separação do Reino Unido.

Mas os separatistas argumentam agora que a saída do Reino Unido da União Europeia em 2020, à qual a maioria dos escoceses se opôs, fez com que mais pessoas fossem a favor da independência.

Por sua vez, o primeiro-ministro britânico e candidato do Partido Conservador, Rishi Sunak,viajou nesta sexta-feira para a Irlanda do Norte, na última etapa de uma viagem de 48 horas pelos quatro territórios britânicos históricos.

- Sunak na Irlanda do Norte -

Durante a visita, Sunak celebrou o anúncio do regulador de energia nesta sexta-feira de que as contas de gás e eletricidade cairiam cerca de 100 libras (R$ 653) por ano.

“O nosso plano está funcionando”, disse o primeiro-ministro, que convocou eleições aproveitando uma ligeira melhora econômica, com o anúncio na quarta-feira de uma queda da inflação para 2,3% em abril.

Sunak comunicou neste mesmo dia a data para a eleição, que deveria ser agendada para antes de janeiro de 2025.

Após o anúncio de Sunak, uma pesquisa sobre as intenções de voto colocou os trabalhistas na maior vantagem desde novembro de 2022, com 48 pontos, contra 27 dos conservadores.

Os conservadores estão no poder desde maio de 2010, primeiro com David Cameron como primeiro-ministro, seguido por Theresa May e depois Boris Johnson.

Sunak assumiu o cargo no final de 2022, após um mandato desastroso de 49 dias de Liz Truss, mas não parece capaz de recuperar a legenda, abalada após anos de escândalos e brigas internas.

O Brexit em 2020 e as suas consequências para a economia britânica, a pandemia de Covid e o aumento do custo de vida parecem ter arrasado o Partido Conservador, claramente em desvantagem antes das eleições de 4 de julho.

    AFP

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