Familiares de reféns israelenses capturados em 7/10 por militantes do Hamas participam de manifestação em Tel Aviv, em 22 de maio de 2024
Jack Guez
Familiares de reféns israelenses capturados em 7/10 por militantes do Hamas participam de manifestação em Tel Aviv, em 22 de maio de 2024
JACK GUEZ

As famílias de cinco mulheres soldados israelenses retidas na Faixa de Gaza autorizaram, nesta quarta-feira (22), a divulgação pelos meios de comunicação de imagens que mostram o momento de seu sequestro em uma base militar no dia 7 de outubro.

No trecho de pouco mais de 3 minutos, extraído de um vídeo de duas horas filmado com uma câmera GoPro por combatentes do Hamas, segundo as famílias, é possível ver as jovens, algumas com sangue no rosto, sentadas no chão de pijama com as mãos atadas atrás das costas.

Algumas tentam falar em inglês, com expressão de terror e implorando. Depois, os homens do Hamas as levam entre gritos e sons de rajadas de tiros até um jipe militar.

"É hora de agir ou o sangue da minha irmã e dos outros reféns estará nas mãos do governo israelense", afirmou à AFP Sasha Ariev, de 24 anos, irmã de uma das militares, Karina Ariev.

"Agora todo mundo viu essas jovens de pijama capturadas (...), a única vitória é trazê-las de volta rapidamente e vivas", acrescentou.

Para Sasha, a divulgação dessas imagens deveria marcar "uma virada de 180 graus" nas decisões do governo.

Elas "revelam o tratamento violento, humilhante e traumático ao qual as garotas foram submetidas no dia de seu sequestro", indicou o Fórum de Famílias de Reféns em um comunicado.

"O vídeo, que dura 3 minutos e 10 segundos, foi editado e censurado para excluir as cenas mais perturbadoras, como os numerosos homens e mulheres assassinados na base de Nahal Oz (...), assim como numerosas cenas de extrema brutalidade", especificou o texto.

Mais de 50 soldados morreram em 7 de outubro de 2023 nessa base militar, atacada por comandos do movimento islamista palestino.

Nesse dia, 15 mulheres desarmadas encarregadas de vigiar a fronteira por meio de telas foram assassinadas na base de Nahal Oz, de acordo com o exército israelense. Sete foram tomadas como reféns.

Uma das soldados foi libertada durante uma operação militar israelense e o corpo de outra foi encontrado em Gaza e repatriado para Israel.

Das 252 pessoas sequestradas na data do ataque que desencadeou a guerra entre Israel e Hamas, 124 continuam cativas em Gaza, das quais 37 estariam mortas, segundo o exército.

Imagens de soldados reféns circulam desde o dia do ataque, mas os fragmentos de vídeo divulgados nesta quarta-feira são inéditos. As famílias aceitaram divulgá-los na tentativa de acelerar um processo de negociação que conduza à sua libertação.

    AFP

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