Rafael Grossi, diretor-geral da AIE, no conselho de administração da organização, em Viena, no dia 11 de abril de 2024
JOE KLAMAR
Rafael Grossi, diretor-geral da AIE, no conselho de administração da organização, em Viena, no dia 11 de abril de 2024
Joe Klamar

A agência de controle nuclear da ONU solicitou, nesta segunda-feira (20), que haja uma "vigilância" para frear o tráfico de materiais nucleares e radioativos e afirmou ter documentado mais de 4.200 roubos ou outros incidentes nos últimos 30 anos.

Em 2023, 31 países registraram 168 incidentes "alinhados com as médias históricas", indicou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um comunicado.

Seis deles "provavelmente estavam relacionados ao tráfico ou ao uso mal-intencionado", acrescentou o órgão.

Desde 1993, a AIE registrou 4.243 incidentes, dos quais 350 estão relacionados ou poderiam estar associados ao tráfico ou a utilização mal-intencionada.

"A recorrência de incidentes confirma a necessidade de vigilância e melhoria contínua da supervisão regulatória para controlar, proteger e eliminar adequadamente o material radioativo", sinalizou Elena Buglova, diretora da divisão de segurança nuclear da AIEA.

O órgão com sede em Viena divulgou os dados no início de sua quarta conferência internacional sobre segurança nuclear, que terminará na sexta-feira (24) na capital austríaca.

Atualmente, um total de 145 Estados reportam à AIEA incidentes envolvendo materiais nucleares ou radioativos que foram perdidos, roubados, eliminados indevidamente ou negligenciados de outra forma.

Muitas substâncias radioativas são utilizadas em hospitais, universidades e indústrias em todo o planeta.

Dado que "a energia nuclear e, portanto, os materiais nucleares deverão se tornar cada vez mais difundidos nos próximos anos", será crucial para os países que utilizam a energia nuclear "garantir a segurança e proteger os materiais e programas", declarou à AFP Pranay Vaddi, alto funcionário da Casa Branca para o controle de armas e não-proliferação, à margem da conferência.

A AIEA teme que grupos extremistas possam apreender estas objetos e utilizá-los como uma "bomba suja", um dispositivo que utiliza explosivos convencionais para dispersar materiais radioativos.

    AFP

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