A nova coalizão de governo dos Países Baixos quer endurecer a política de asilo do país e cogita transferir a embaixada em Israel para Jerusalém, segundo o programa divulgado nesta quinta-feira (16), horas depois do anúncio de um acordo para a formação de um gabinete.
O acordo para formar um governo de coalizão foi anunciado na quarta-feira à noite, seis meses após a vitória eleitoral do líder da extrema-direita Geert Wilders. Até o momento não foi anunciado quem será o primeiro-ministro do país.
O pacto foi alcançado entre quatro partidos, o Partido da Liberdade (PVV) de Geert Wilders, o camponês BBB, o Liberal VVD e o Novo Contrato Social (NSC), que tem a anticorrupção como bandeira.
Segundo o programa de governo divulgado nesta quinta-feira, um documento de 26 páginas, "serão adotadas medidas concretas para aplicar ações mais duras" na política de asilo, assim como um pacote global que permita "controlar a imigração".
As partes indicaram que solicitarão "o mais rápido possível" à Comissão Europeia a possibilidade de prescindir das regras comuns sobre a política de asilo.
Pessoas sem um visto válido de residência poderão ser deportadas "à força, se necessário", acrescenta o programa de governo.
Na política externa, os partidos que integram a coalizão se comprometem a apoiar a Ucrânia nos campos "político, militar, financeiro e moral".
Além disso, o acordo defende a análise da transferência da embaixada neerlandesa em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Os israelenses consideram Jerusalém sua capital "eterna e indivisível", mas os palestinos querem instalar na cidade a capital de um hipotético Estado. A maioria dos governos do mundo mantêm as embaixadas em Tel Aviv.
Entre os favoritos para assumir o cargo de primeiro-ministro está Ronald Plasterk, que já foi ministro da Educação e do Interior.