O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à China nesta quinta-feira (16, tarde de quarta em Brasília) para uma visita de dois dias, durante a qual se encontrará com seu contraparte, Xi Jinping, e buscará obter mais apoio para sua guerra contra a Ucrânia.
Segundo imagens divulgadas pela televisão russa, ao desembarcar de seu avião em Pequim, às 04h30 locais (17h30 de quarta em Brasília), o chefe do Kremlin foi recebido por funcionários chineses e uma guarda de honra, e depois embarcou em uma limusine negra.
Esta é a primeira viagem ao exterior de Putin desde sua reeleição em março passado e sua segunda à China em menos de seis meses.
Este será o quarto encontro cara a cara entre os dois líderes desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Poucos dias antes do início da invasão, Rússia e China afirmaram sua amizade "sem limites" e desde então sua relação diplomática e comercial tem se fortalecido.
"O presidente Xi Jinping trocará pontos de vista com o presidente Putin sobre as relações bilaterais, a cooperação em vários campos e as questões internacionais e regionais de interesse comum", indicou na véspera um porta-voz, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.
Por sua vez, o Kremlin indicou que ambos os presidentes planejavam dialogar sobre sua "parceria global e cooperação estratégica".
Além de assinar uma declaração conjunta, os dois presidentes participarão de uma cerimônia para comemorar o 75º aniversário das relações diplomáticas bilaterais, detalhou o Kremlin.
Muitos especialistas apontam que a Rússia está cada vez mais dependente da China, que se tornou um parceiro econômico crucial diante do influxo de sanções ocidentais em resposta à sua ofensiva militar na Ucrânia.
Nos últimos meses, a China tem ignorado as críticas ocidentais sobre seus laços com Moscou, ao mesmo tempo em que se beneficia das importações de gás e petróleo a preços reduzidos de seu vizinho.
O comércio entre China e Rússia disparou desde a invasão da Ucrânia e atingiu US$ 240 bilhões (R$ 1,23 trilhão na cotação atual) em 2023, segundo dados aduaneiros chineses.
Mas as exportações chinesas para a Rússia caíram em março e abril deste ano devido à ameaça de Washington de sancionar instituições financeiras que apoiem a operação bélica de Moscou.
"Esta é a primeira viagem de Putin após sua posse e, portanto, destina-se a mostrar que as relações sino-russas estão aumentando de nível", disse à AFP o analista russo independente Konstantin Kalachev.
"Sem esquecer a amizade pessoal visivelmente sincera entre os dois líderes", acrescentou.