Palestinos rezam ao lado de corpos dos membros de uma mesma família, mortos em um bombardeio israelense no campo de refugiados de Nusseirat, no centro de Gaza, em 10 de abril de 2024
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Palestinos rezam ao lado de corpos dos membros de uma mesma família, mortos em um bombardeio israelense no campo de refugiados de Nusseirat, no centro de Gaza, em 10 de abril de 2024
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Cinquenta e seis por cento dos palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas são mulheres e crianças, segundo uma estimativa estatística da ONU apresentada nesta terça-feira (14), com base em números do governo do movimento islamista.

Os dados foram divulgados depois de o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, ter voltado a criticar na segunda-feira a ONU por dar crédito às estatísticas do Hamas, cujo ataque a Israel em 7 de outubro desencadeou o conflito em Gaza.

Desde o início da guerra, e à medida que o número de mortos pelos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza continua a aumentar, a credibilidade dos dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, é questionada pelas autoridades israelenses.

As agências da ONU garantem que estes números são os únicos disponíveis e que provaram ser relativamente exatos e precisos ao longo das sucessivas guerras entre Israel e a Faixa de Gaza desde que o Hamas chegou ao poder.

O ministério da Saúde do Hamas anunciou, nesta terça, que a ofensiva militar israelense deixou até agora 35.173 mortos na Faixa de Gaza, em um balanço que não especifica a proporção de combatentes falecidos.

"Estamos falando de uma estimativa de cerca de 35 mil mortes", disse Christian Lindmeier, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante coletiva de imprensa em Genebra nesta terça.

Destes 35 mil mortos, "25 mil foram identificados" pelo ministério. Tratam-se de "números factuais", aos quais se somam "10 mil [mortes] não identificadas, segundo uma estimativa que responde a uma certa lógica", acrescentou.

"Dos 25 mil identificados [...] foram 40% homens, 20% mulheres, 32% crianças [...] e 8% idosos”, homens ou mulheres, acrescentou.

Considerando que os idosos estão divididos igualmente entre homens e mulheres, obtém-se uma distribuição de 44% de homens, 24% de mulheres e 32% de crianças, ou seja, "56% de mulheres e crianças", aplicável à estimativa de 35.000 mortos, explicou o porta-voz.

Se for levada em conta a possibilidade de haver mais mulheres e crianças entre os milhares que se acredita que permaneçam sob os escombros, "porque são as que normalmente ficam em casa", chegamos a "60% de mulheres e crianças", segundo "uma projeção estatística mínima", acrescentou.

O ataque dos comandos do Hamas em 7 de outubro a Israel causou a morte de mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em números israelenses.

Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 128 permanecem retidas em Gaza, das quais 36 teriam morrido, segundo o Exército israelense.

    AFP

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