Imagem aérea mostra área afetada pelas inundações em Tanah Datar, Sumatra Ocidental
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Imagem aérea mostra área afetada pelas inundações em Tanah Datar, Sumatra Ocidental
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Ao menos 41 pessoas morreram no fim de semana na região oeste da Indonésia, vítimas das inundações e do fluxo de lava fria de um vulcão, anunciou a agência local de gestão de desastres nesta segunda-feira.

As fortes chuvas que duraram várias horas em dois distritos da ilha de Sumatra provocaram a queda, no sábado, de grandes rochas vulcânicas do Monte Marapi, um dos vulcões ativos da Indonésia, enquanto a água inundava rodovias e residências.

"Até ontem à noite havia 37 vítimas fatais (...) Mas esta manhã o número aumentou e chegou a 41", declarou à AFP Ilham Wahab, da agência de gestão de desastres de Sumatra Ocidental.

As equipes de emergência também procuram 17 desparecidos, três no distrito de Agam e 14 no distrito de Tanah Datar, as duas áreas mais afetadas pelas inundações e nas quais vivem centenas de milhares de pessoas.

Abdul Malik, diretor da agência de busca e resgate de Pandang, a capital provincial, afirmou que os corpos recuperados incluem duas crianças, uma de três anos e outra de oito.

O governador de Sumatra Ocidental, Mahyeldi Ansharullah, anunciou nesta segunda-feira que 130 pessoas foram levadas para uma escola de Agam. Mais de 2.000 foram transferidas para diversos pontos de Tanah Datar.

As estradas nos dois distritos viraram rios, com mesquitas e casas danificadas.

As fortes chuvas inundaram bairros inteiros e arrastaram veículos para um rio próximo, enquanto cinzas vulcânicas e grandes rochas caíam do Marapi.

A lava fria, também conhecida como lahar, é o magma formado pelos diversos materiais que compõem as paredes de um vulcão: cinzas, areia e rochas. Sob os efeitos da chuva, podem se misturar e fluir ao longo da cratera.

"Eu ouvi um estrondo e um som similar ao de água fervendo. Era o som das rochas caindo", declarou à AFP Rina Devina, uma dona de casa. Ela contou que três vizinhos morreram.

"Estava completamente escuro, então usei meu telefone como lanterna. A estrada estava com lama, então gritei 'Deus tenha piedade!'", disse.

Dwikorita Karnawati, diretora da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia (BMKG), explicou que Sumatra Ocidental é um "local único", porque em algumas partes da província pode chover quase todo o ano.

"O potencial para inundações e deslizamentos de terra está sempre presente", disse.

Os deslizamentos de terra e as inundações são comuns durante a temporada de chuvas na Indonésia.

Em 2022, quase 24.000 pessoas abandonaram suas casas e duas crianças morreram nas inundações na ilha de Sumatra, um fenômeno agravado, segundo os ambientalistas, pelo desmatamento porque as árvores atuam como defesas naturais e diminuem a velocidade do fluxo da água.

A última grande erupção do Marapi aconteceu em dezembro e expeliu cinzas a quase 3.000 metros de altura. Ao menos 24 alpinistas, a maioria estudantes universitários, morreram na erupção.

    AFP

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