Manifestantes protestam em frente ao parlamento da Geórgia contra projeto de lei sobre
VANO SHLAMOV
Manifestantes protestam em frente ao parlamento da Geórgia contra projeto de lei sobre "influência estrangeira", em 2 de maio de 2024
Vano SHLAMOV

O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, garantiu que o Parlamento do país aprovará na terça-feira (14) o projeto de lei sobre "influência estrangeira", apesar das semanas de protestos maciços contra o texto, o qual denunciam por ter se inspirado em uma lei russa para calar a oposição.

"O Parlamento agirá de acordo com a vontade da maioria da população e aprovará a lei em terceira leitura", declarou Kobakhidze em um discurso televisionado.

Nesta segunda-feira (13), cerca de mil manifestantes voltaram a protestar na capital, Tbilisi, contra o projeto, cujos opositores chamaram de "lei russa" devido à sua semelhança com a lei dos "agentes estrangeiros", usada pelo governo do presidente russo, Vladimir Putin, para reprimir opositores.

O primeiro-ministro georgiano alertou que se as autoridades recuassem, a Geórgia poderia "compartilhar o destino da Ucrânia", em alusão à operação militar russa no país vizinho.

"Ninguém fora da Geórgia pode nos impedir de proteger os nossos interesses nacionais", acrescentou. Kobakhidze, assegurou, ainda que esta lei abriria as portas para outros textos sobre "imigração controlada" ou sobre os direitos das pessoas LGBTQIA+ em um país que continua sendo muito conservador.

O projeto também é criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, à qual a Geórgia, uma ex-república soviética, é candidata à adesão.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado americano, a polêmica lei georgiana é "incompatível" com as aspirações do país de se aproximar da UE.

"Instamos ao governo da Geórgia a continuar pelo caminho da integração na União Europeia" e a agir de forma "compatível" com ela, disse Vedant Patel.

A lei é "incompatível com estes objetivos declarados", reforçou.

Os manifestantes acusam o partido governante, Georgian Dream, de liderar o país em direção à vizinha Rússia.

    AFP

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