Os Estados Unidos se opõem a uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Israel sobre o conflito na Faixa de Gaza, declarou neste segunda-feira (29) uma porta-voz da Casa Branca.
“Fomos muito claros sobre a investigação do TPI, que não a apoiamos, não achamos que tenham jurisdição", disse Karine Jean-Pierre, em entrevista coletiva.
Autoridades de Israel temem que o tribunal, com sede em Haia, emita em breve ordens de prisão. Segundo o jornal "New York Times", o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, pode estar entre os acusados.
Karine não comentou uma informação da plataforma de mídia Axios segundo a qual Netanyahu pediu ontem em telefonema a Biden que ele impeça que o tribunal emita ordens de prisão contra funcionários de Israel. "O objetivo principal desse telefonema era, obviamente, o acordo sobre os reféns e obter um cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.”
A porta-voz também não comentou as informações segundo as quais Washington entrou em contato com o TPI par alertar o tribunal de que a emissão de ordens de prisão poderia inviabilizar as tentativas de obter um cessar-fogo e um acordo entre Israel e o Hamas sobre os reféns. O TPI não comentou o assunto.
Nos últimos dias, autoridades de Israel criticaram qualquer tentativa do tribunal de tomar medidas contra o país. Nem os Estados Unidos nem Israel são membros do TPI.
Em 2021, o tribunal abriu uma investigação contra Israel, bem como contra o Hamas e outros grupos armados palestinos, por possíveis crimes de guerra nos territórios palestinos. Segundo o procurador do TPI, Karim Khan, a investigação se estende agora às hostilidades desde os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro.