Björn Höcke, do partido de extrema direita AfD, no tribunal regional de Halle, em 18 de abril de 2024, no leste da Alemanha
AFP
Björn Höcke, do partido de extrema direita AfD, no tribunal regional de Halle, em 18 de abril de 2024, no leste da Alemanha

Um polêmico político do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Björn Höcke, está sendo julgado nesta quinta-feira (18) pelo uso de um slogan nazista, em um processo que ocorre antes das eleições regionais - nas quais sua formação espera por uma vitória.

Uma das figuras mais radicais da AfD e um líder do partido na região da Turíngia, Höcke é acusado de usar em duas ocasiões a frase "Alles für Deutschland" ("Tudo pela Alemanha"), slogan de um grupo paramilitar que desempenhou um papel crucial para a ascensão de Adolf Hitler ao poder.

Centenas de manifestantes segurando cartazes com frases como "AfD precisa ser detida" ou "Björn Höcke é um nazista" se reuniram em frente ao tribunal, escoltados pela polícia.

O processo, que deverá durar até meados de maio, começou quatro meses e meio antes das eleições na Turíngia, uma região da antiga Alemanha Oriental, onde seu partido lidera como favorito.

Se Höcke for condenado, enfrentará até três anos de prisão, o que poderia complicar sua candidatura.

"Se for condenado a uma pena e prisão de pelo menos seis meses, o tribunal poderia retirar seu direito de voto ativo e passivo", declarou a porta-voz do tribunal, Adina Kessler-Jensch, em referência ao seu direito de votar e de ser candidato.

O político está sendo processado por ter proferido em um discurso a frase "Tudo pela nossa pátria, tudo por Saxônia-Anhalt e tudo pela Alemanha", durante um comício no final de maio de 2021.

Em dezembro passado, durante um evento na Turíngia, Höcke disse as palavras "Tudo pela..." e depois incentivou o público a gritar "Alemanha", mas o tribunal decidiu abrir um procedimento separado para este ato.

Na Alemanha, pronunciar esse slogan, assim como fazer a saudação nazista ou exibir outros símbolos dessa ideologia, é ilegal.

Höcke, professor de História, afirma desconhecer que o slogan foi utilizado pelos nazistas, mas os promotores argumentam que ele usou suas palavras com pleno conhecimento de "suas origens e seu significado".

Durante a audiência desta quinta-feira, os advogados do político interromperam a audiência diversas vezes, recorrendo a vários procedimentos, incluindo um pedido de gravação do julgamento devido à sua "dimensão histórica", solicitação que foi rejeitada pelo tribunal.

Segundo a defesa, Höcke testemunhará no tribunal na próxima terça-feira (23).

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