Foto tirada da fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza mostra um avião militar lançando paraquedas de ajuda humanitária sobre o território palestino sitiado em 4 de abril de 2024
Jack Guez
Foto tirada da fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza mostra um avião militar lançando paraquedas de ajuda humanitária sobre o território palestino sitiado em 4 de abril de 2024
JACK GUEZ

O Conselho de Segurança da ONU pediu nesta quinta-feira (11) a Israel que faça "mais" para entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza diante da ameaça de "fome iminente".

Nos últimos dias, Israel destacou o aumento no número de caminhões entrando no território palestino, mas as organizações humanitárias consideram os esforços ainda insuficientes.

Aqui estão as rotas dos carregamentos:

- Chegada do Egito e inspeção -

A ajuda geralmente chega ao Egito pelos portos de Porto Said ou El Arish, este último mais próximo de Gaza, porém pequeno.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou em 5 de abril novos dispositivos para aumentar as entregas. A ajuda chegaria pelo porto de Ashdod, no sul de Israel e próximo a Gaza, e por uma nova passagem de fronteira terrestre, mas as autoridades não forneceram datas.

Por enquanto, a maioria dos caminhões entra pela passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza, onde esperam por dias em uma área de trânsito com capacidade para cerca de 50 lugares, insuficiente de acordo com as ONGs.

As cargas passam por um controle rigoroso, fazendo longas viagens de ida e volta para os pontos de inspeção de Kerem Shalom e Nitzana, em Israel.

- Entrada no sul de Gaza -

Os produtos autorizados a entrar são descarregados na zona entre Egito e Gaza e são carregados em outros veículos, conduzidos por palestinos empregados por ONGs.

Estas organizações culpam os controles rigorosos pela lenta entrega de ajuda, enquanto as autoridades israelenses citam a incapacidade das ONGs para lidar com as quantidades.

"Adaptamos e melhoramos nossos mecanismos de entrega de ajuda, as agências de ajuda da ONU devem fazer o mesmo", afirmou nesta quinta-feira o Cogat, organismo israelense responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos ocupados.

Na terça-feira, foi permitida a entrada de 468 caminhões em Gaza, um recorde desde o início da guerra segundo Israel, que espera alcançar em breve uma média diária de 500.

No entanto, as cifras da ONU costumam diferir. Um porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Jens Lerke, afirmou na terça-feira que os caminhões estão meio vazios, "um requisito" imposto por Israel para facilitar as inspeções, segundo ele.

- Ajuda insuficiente para o norte -

A entrega de ajuda ao norte, onde a crise humanitária é mais profunda, é extremamente complexa devido à destruição e aos combates.

Vários comboios foram bloqueados pelas autoridades israelenses, e outros foram saqueados por multidões de palestinos "famintos", segundo as ONGs.

Israel indicou que a passagem de fronteira de Erez, entre o território palestino e o sul de Israel, atualmente fechada, será usada para entregar ajuda.

No entanto, meios de comunicação israelenses indicaram nesta quinta-feira que o governo busca uma alternativa por razões de segurança e quer abrir um acesso na localidade próxima de Zikim para acessar diretamente o norte de Gaza.

- Ar e mar -

Vários países (Estados Unidos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, França, Bélgica...) realizam lançamentos aéreos, especialmente no norte.

A abertura de um corredor marítimo entre Chipre e Gaza permitiu em março a chegada de um navio com 200 toneladas de alimentos. Segundo a ONG espanhola proprietária da embarcação, a Open Arms, as autoridades israelenses inspecionaram "exaustivamente" a carga no porto cipriota de Larnaca.

O Exército americano também planeja construir um cais em Gaza para descarregar ajuda em grande escala.

No entanto, organizações internacionais e cidadãos de Gaza consideram essas iniciativas insuficientes, pois envolvem quantidades pequenas, aleatoriedade e o perigo de lançar ajuda sobre áreas densamente povoadas.

    AFP

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