Donald Trump em seu primeiro dia de julgamento na Suprema Corte de Manhattan, em 15 de abril de 2024
ANGELA WEISS
Donald Trump em seu primeiro dia de julgamento na Suprema Corte de Manhattan, em 15 de abril de 2024

Eram 9h30 da manhã em Nova York quando Donald Trump entrou na sala 1530 da Suprema Corte de Manhattan com um rosto tenso e sério. Pela primeira vez na história americana, um  ex-presidente senta-se no banco dos réus, acompanhado pelos seus advogados, em um julgamento que poderá determinar o seu destino político.

Com um terno azul, camisa branca e gravata vermelha, e pequeno broche da bandeira americana posicionado em sua lapela, o 45º presidente dos Estados Unidos se levanta, em silêncio, quando o juiz de origem colombiana Juan Merchan declara o início do julgamento, no 15º andar do prédio art déco onde está localizado o tribunal.

Ele fixa seu olhar no magistrado, que classificou repetidamente como "corrupto" nos últimos dias em sua rede Truth Social, após este rejeitar, desde o início, o pedido do magnata para que se afastasse do caso, ignorando as solicitações da defesa do republicano.

"Queremos que seja feita justiça, é tudo o que queremos", declarou Merchan em tom sereno. Durante seis ou oito semanas, o juiz presidirá este julgamento por pagamentos ocultos à ex-atriz pornô Stormy Daniels, na reta final das eleições presidenciais de 2016 que levaram Trump à Casa Branca.

Em nenhum momento deste primeiro dia o republicano interrompeu o andamento da sessão, que por ora continua sendo técnica.

Provavelmente, terá que suportar uma longa espera, uma vez que a seleção do júri pode levar de uma a duas semanas.

'Ataque contra os Estados Unidos'

Sua atitude denota sua vontade de participar do debate: muitas vezes inclina a cabeça em direção a um de seus advogados, para a direita ou esquerda, para fazer um comentário, balança a cabeça irritado ou para sinalizar sua desaprovação quando algum dos promotores fala e olha para uma pequena tela à sua frente, percorrendo trechos do caso.

Ele foi ouvido murmurando a palavra "é verdade" quando o tribunal ouviu uma fita na qual abordava sobre seu respeito pelas mulheres. No entanto, não reagiu quando um promotor se referiu a um vídeo agora conhecido no qual ele é ouvido se vangloriando por "agarrar" mulheres "pela vagina".

Antes de se sentar e cruzar as mãos sobre a mesa de madeira na qual os advogados espalharam seus dossiês, o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024 afirmou à imprensa, no longo corredor que dá acesso à sala, que este julgamento, para o qual enfrenta penas de prisão alguns meses antes de sua disputa com Joe Biden em 5 de novembro, é um "ataque aos Estados Unidos" e uma "perseguição política".

"O país é comandado por um homem incompetente, que se envolveu muito neste assunto. É um ataque contra um adversário político. Por isso me sinto muito honrado de estar aqui", acrescentou Trump.

Poucos minutos depois, cinco fotógrafos capturaram a histórica foto de um ex-presidente americano sentado no banco dos réus.

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