Pesquisadores identificaram um novo fóssil de verme-pênis marinho, datado de aproximadamente 500 milhões de anos, durante uma expedição no Parque Nacional do Grand Canyon , nos Estados Unidos . O achado, publicado nesta quarta-feira (23), traz novas pistas sobre a diversidade da vida no período Cambriano e também sobre a importância da região de um ambiente evolutivo favorável. As informações são do The Washington Post.
Batizada de Kraytdraco spectatus, a espécie possui cerca de 2,5 centímetros de comprimento e apresenta uma estrutura bucal retrátil e pontiaguda. O nome do fóssil foi inspirado em uma criatura da franquia Star Wars, devido à aparência peculiar da boca do animal . O estudo foi conduzido por uma equipe de paleontólogos liderada por Giovanni Mussini, da Universidade de Cambridge.
Além do verme, os cientistas encontraram fósseis de mais três organismos pré-históricos : dois moluscos e uma criatura peluda semelhante a um camarão. Juntos, esses fósseis revelam detalhes de um antigo ecossistema marinho, que existia quando a região do atual Grand Canyon estava submersa em águas rasas e quentes próximas ao Equador .
Segundo Mussini, o ambiente reunia condições ideais para o desenvolvimento da vida: era raso o suficiente para permitir a entrada de luz solar e profundo o bastante para oferecer estabilidade contra as ondas. A abundância de recursos teria favorecido o surgimento de adaptações evolutivas incomuns para a época.
“Onde há essa alta disponibilidade de recursos, a evolução estava essencialmente acelerada ”, afirmou. Ele também destacou que a forma bucal retrátil do verme-pênis é um exemplo de inovação funcional .
As amostras foram coletadas em 2023, em duas rochas de tamanho de um punho. Os fósseis estão entre os mais bem preservados do período Cambriano encontrados no Grand Canyon.
O estudo indica que o local funcionava de maneira evolutiva e os pesquisadores acreditam que outros fósseis ainda não identificados podem estar presentes na região . “É um retrato de um ecossistema antigo. O que temos é provavelmente apenas a ponta do iceberg do que realmente vivia no Grand Canyon naquela época” , concluiu Mussini.