O Ministério da Ciência e Tecnologia pagou, em 2021, duas viagens para o engenheiro Carlos Rocha , acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Os custos dessas viagens somaram R$ 7,7 mil e foram autorizados como urgência pelo então ministro Marcos Pontes.
O objetivo declarado era apresentar propostas sobre o sistema de votação eletrônico, mas as reuniões envolveram também Bolsonaro e o general Augusto Heleno, ambos indiciados por participação na tentativa de golpe. Rocha foi apontado pela Polícia Federal como responsável por criar um relatório que questionava a segurança das urnas, mesmo sabendo que não havia irregularidades.
Encontros e impacto nas investigações
Carlos Rocha se reuniu com Marcos Pontes e outros integrantes do governo, incluindo Bolsonaro e Heleno. As viagens coincidiram com uma live em que Bolsonaro propagou informações falsas sobre as urnas eletrônicas. Segundo a PF, o relatório feito por Rocha e pago pelo PL serviu para alimentar o discurso de fraude e incitar a população contra o resultado das eleições.
Agora, Rocha enfrenta acusações de tentativa de golpe e organização criminosa. Marcos Pontes, embora não indiciado, é citado no inquérito como responsável por indicar o engenheiro para o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.
A justificativa para as viagens foi a apresentação de melhorias no sistema eleitoral, defendidas pela Associação Grita!, que apoia o "voto auditável". No entanto, as urnas eletrônicas já possuem mecanismos de auditoria reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Governo Bolsonaro pagou viagens e participou de reuniões que agora são alvo de investigação, reforçando o papel de Carlos Rocha na criação de teorias sem provas sobre as urnas eletrônicas.