Nicolás Maduro
, presidente da Venezuela,
pediu à Suprema Corte uma auditoria
da eleição presidencial e informou que divulgará as atas eleitorais
para provar como foi, sim, reeleito no domingo, 29.
As divulgações e falas do presidente vêm em meio à pressão mundial de divulgação total das atas eleitorais, o que Maduro negava até agora. Os pedidos são ante as acusações de fraude eleitoral da oposição, além da própria relutância na divulgação.
“Como candidato vencedor das eleições e chefe de Estado, dou a cara, me submeto à Justiça. E já disse que, como líder revolucionário da Venezuela e filho do comandante Chávez que o Grande Polo Patriótico e o Partido Socialista Unido de Venezuela estão prontos para apresentar 100% das atas que estão nas nossas mãos e espero que a Sala Eleitoral faça o mesmo com cada candidato," disse.
O STJ da Venezuela é chefiado por aliados de Maduro (assim como o Conselho Nacional Eleitoral , responsável por divulgar a vitória).
Golpe e organização da oposição? Maduro acha que sim
Maduro afirmou que tudo pode ser uma falcatrua da oposição , e chegou a falar em “golpe de estado” contra a Venezuela - organizado por María Corina Machado, líder do partido opositor, e Edmundo González , candidato contra o presidente.
“Compare todas as evidências e certifique-se fazendo uma perícia do mais alto nível técnico dos resultados eleitorais das eleições de 28 de julho [...][Apresento esse recurso] que visa resolver este ataque contra o processo eleitoral, essa tentativa de golpe de Estado, usando o processo eleitoral, e esclarecer tudo o que precisa ser esclarecido sobre esses ataques, sobre esse processo”, disse Maduro.
Para Maduro, as revoltas populares que se espalharam pela Venezuela após as eleições (e chegaram a causar mortes) foram, também, organizadas pela oposição. O presidente provocou: “Não hesitarei para chamar o povo a uma nova revolução, nós não nascemos no dia dos covardes.”
O Ministério Público venezuelano, chefiado por um aliado de Maduro, investiga ambas acusações.
Maduro ataca Centro Carter
Em nota, o Centro Carter (que monita eleições internacionalmente a partir dos EUA) disse que a votação na Venezuela “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática," ao passo que órgãos do governo "demonstraram claro viés."
Maduro contestou a ideia e disse que, na verdade, o Centro Carter já sabia o que iria lançar e tinha a nota pronta antes dos resultados.