Jean-Luc Mélenchon
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Jean-Luc Mélenchon


Após a inesperada vitória da esquerda nas eleições legislativas francesas, o país inicia uma fase de incerteza política. Nesta segunda-feira (8), o primeiro-ministro Gabriel Attal deve entregar seu cargo ao presidente Emmanuel Macron.

A coalizão de esquerda, Nova Frente Popular (NFP), conquistou 182 assentos na Assembleia Nacional, enquanto o bloco centrista Juntos, ao qual pertencem Macron e Attal, obteve 168 assentos. A extrema direita, representada pelo Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen, ficou em terceiro lugar com 143 cadeiras. Apesar de ter aumentado sua presença em relação a 2022, a extrema direita não atingiu as expectativas criadas após liderar o primeiro turno.

Nenhum grupo político alcançou os 289 assentos necessários para formar uma maioria e governar sozinho, uma situação rara na França, que geralmente elege legislaturas com um partido dominante.

Essa configuração obriga os partidos a negociarem para formar alianças e consensos sobre as diretrizes governamentais. As divisões na sociedade francesa, especialmente em questões como impostos, imigração e política externa no Oriente Médio, tornam o cenário desafiador.

Antes das eleições, líderes da Nova Frente Popular sinalizaram a possibilidade de se aliarem ao centro para garantir a maioria. No segundo turno, centro e esquerda retiraram candidaturas concorrentes em vários distritos para enfraquecer a extrema direita, estratégia que se mostrou eficaz.

Contudo, a viabilidade de um governo formado por essas duas forças permanece incerta devido às divergências em temas cruciais, como a reforma da Previdência.

Logo após as pesquisas de boca de urna apontarem a vitória da NFP, Jean-Luc Mélenchon, um dos principais líderes da aliança de esquerda, exigiu que Macron reconhecesse a derrota de seu campo político. "A Nova Frente Popular vai aplicar o seu programa, apenas seu programa e todo o seu programa", afirmou Mélenchon. "O presidente tem o dever de convidar a Nova Frente Popular a governar."

Caso as tentativas de formar uma coalizão fracassem, Macron pode nomear um governo de especialistas não afiliados a partidos políticos, que se concentraria principalmente em manter a França funcionando em suas tarefas cotidianas.

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