Uma mulher que usava maconha de maneira crônica morreu depois que um forte ataque de vômito e dor abdominal que durou vários dias causou um distúrbio fatal do ritmo cardíaco que levou à morte cerebral.
A mulher, de 22 anos, tratada no Canadá, começou a usar maconha aos 14 anos e sofria de vários episódios graves de síndrome de hiperêmese por cannabis – uma condição marcada por episódios violentos, dolorosos e repetidos de vômitos intensos – há mais de três anos.
Quando ela foi internada no hospital com vômitos e dores abdominais, acabou desenvolvendo um batimento cardíaco irregular específico com risco de vida, chamado torsades de pointes, que fez seu coração parar.
Embora os médicos tenham conseguido reiniciar seu coração, seu cérebro já havia sofrido uma perda catastrófica de oxigênio, e ela foi declarada com morte cerebral quatro dias depois.
A síndrome de hiperêmese da cannabis pode se desenvolver na maconha habitual, já que a droga pode causar mau funcionamento de certos receptores no cérebro.
Em pessoas que começam a usar cannabis ou naquelas que não a usam regularmente, os sinais para os receptores no cérebro e no trato gastrointestinal geralmente continuam a funcionar normalmente.
Mas com o uso crônico de maconha, esses receptores ficam insensíveis e não respondem à droga da mesma maneira, interrompendo a capacidade natural do corpo de controlar as náuseas, o que pode levar à síndrome de hiperêmese por cannabis.
Nesta terça-feira (25), no Brasil, o ministro Dias Toffoli esclareceu seu voto e se posicionou a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, formando maioria no Supremo Tribunal Federal (STF), com placar de 8 x 3. A decisão implica que o uso do entorpecente não será considerado crime, embora não signifique a legalização do consumo.