O interventor federal na segurança pública do DF Ricardo Cappelli apresentou ao STF, nesta sexta-feira (27), o relatório sobre as falhas na segurança das sedes dos poderes em Brasília.
Para ele, houve "falha operacional" por parte do comando das forças de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 8 de janeiro . A data ficou marcada pelos atos golpistas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
Cappelli reiterou o ataque só oconteceu por ter uma "ação profissional e programada" entre os manifestantes. Eles planejaram o atentado transformando o acampamento em uma "mini cidade golpista", disse o secretário interino, referindo-se ao acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília.
Os manifestantes usavam óculos de proteção, máscaras e rádios comunicadores, semelhante a uma "ação profissional e programada".
"É impressionante como num dado momento eles puxam a primeira linha de gradis. E ela cai de uma ponta a outra. Há um movimento coordenado e isso chama muita atenção", comentou.
De acordo com o relatório, a equipe policial que autou na linha de contenção dos bolsonasitas golpistas eram formada por policiais das escola de formação de Praças, que estavam sem equipamento de proteção policial para contençãod de manifestações.
O interventor federal se impressionou com o fato de que nove oficiais do comando da Polícia Militar do Distrito Federal estavam de férias no dia 8, entre eles o chefe do Batalhão de Choque da Polícia Militar .
Centro de construção de planos contra a democracia
Cappelli apresentou denúncia ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
"Todos os atos de vandalismo passaram a sua organização, planejamento e ponto de apoio no acampamento, que virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira — disse Cappelli".
Veja a lista de denúncias que embasaram a instauração dos seis inquéritos policiais militares (IPM):
- apuração da conduta do Batalhão de Choque da PM que não impediu a entrada de manifetantes no Congresso Nacional;
- investigação em relação aos policiais que estavam conversando e tirando fotos enquanto ocorria a invasão no prédio dos Três Poderes;
- apuração de responsabilidade na linha de comando da Polícia Militar do Distrito Federal que falhou na mobilização de batalhões e efetivo, apesar dos alertas da inteligência;
- suspeita de policiais militares que arrecadavam recursos para o acampamento e trabalhavam na segurança privada do local;
- investigação da conduta de um policial militar que chutou uma manifestante dentro do Palácio do Planalto;
- apuração sobre os motivos que levaram a tropa da PM a recuar e desmobilizar a linha de contenção que dava acesso à sede do Supremo Tribunal Federal.