O ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, acusou os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto de roubarem armas de fogo e não-letais do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Em um vídeo enviado pelo Palácio do Planalto, é possível ver a destruição do gabinete do GSI.
Neste domingo (8), manifestantes que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, cerca de 200 pessoas foram presas por participarem do ato terrorista.
Paulo Pimenta não soube precisar quais armas foram levadas pelos criminosos. Ele ainda pediu uma apuração minuciosa da Polícia Federal.
"Cada uma dessas maletas foram armas letais e armas não-letais roubadas pelos criminosos de dentro do Palácio do Planalto. Mais um crime a ser apurado", disse Pimenta.
O ministro estava acompanhado pelo secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, que afirmou acreditar em informações privilegiadas aos manifestantes para acessarem o gabinete do GSI.
"Algo que chama atenção: nos demais andares eles depredaram. Tinham informação de que aqui se guardavam armas. Tinham informação do que deveriam levar daqui: levaram armas, documentos, munição. Isto é muito grave, significa informação", acusou Damous.
Invasão aos prédios dos Três Poderes
As invasões começaram por volta das 14h30 no Congresso Nacional. Grupos bolsonaristas saíram do QG do Exército, em Brasília, rumo à Esplanada dos Ministérios.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Em seguida, os terroristas seguiram para o Planalto, onde quebraram portas, presentes de autoridades internacionais, cadeiras, reviraram gabinetes e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os suspeitos tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
As manifestações bolsonaristas já eram previstas pelo governo federal, no entanto, era esperado para esta segunda-feira (9) e não na dimensão em que está. No sábado (7), caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
Manifestantes entraram em confronto com a Força Nacional e, segundo informações iniciais, um veículo da FN ficou pendurado no espelho d’água do Congresso.
Em coletiva, Dino fez severas críticas ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o culpou pela crise em Brasília deste domingo. Segundo ministro, Rocha garantiu que a polícia militar estava preparada para as manifestações bolsonaristas.
A repercussão do caso causou a demissão do secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, oito dias após assumir o cargo. O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) passa férias nos Estados Unidos.
Após os ataques aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF, o presidente Lula determinou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O petista nomeou o secretário do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.