Tá no ar o escândalo do 'radiolão'!
Alexandre Gomes Machado é o coordenador do pool onde as emissoras de rádio vão buscar no TSE, anúncios das campanhas eleitorais a título de propaganda gratuita. Hoje de manhã, ao receber um email da rádio JM Online, possivelmente de Pernambuco, ao qual ela admitia que entre os dias 7 e 10 de outubro ela havia deixado de passar em sua programação 100 inserções da coligação "Pelo Bem do Brasil", que integra a campanha de Jair Bolsonaro (PL), ele [Gomes Machado] enviou um email para sua superiora, uma senhora chamada Ludmilia Boldo Maluf, chefe de gabinete da presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
Passados 30 minutos ele foi demitido, sem que lhe descem nenhuma justificativa, conduzido por segurança pra fora do prédio do Tribunal Superior Eleitoral e obrigado a entregar o seu crachá de servidor público. Revoltado ele saiu dali direto para a Polícia Federal, onde registrou o depoimento da história que acabei de contar.
Segundo informações que eu ainda não consegui confirmar por fonte direta, Ludmila Boldo Maluf é diretamente ligada ao Alexandre de Moraes, casada com Paulo José Leonesi Maluf, um procurador da Fazenda que foi acessor dele no Ministério da Justiça e no Supremo Tribunal Federal e que também teve Alexandre de Moraes na sua banca de doutorado.
Esse fato acontece menos de dois dias passados da queixa apresentada pela campanha de Bolsonaro, de que pelo menos 154 mil inserções de sua propaganda não tinham sido veiculados, especialmente por rádios do nordeste.
Queixa a qual o mesmo Alexandre de Morase sempre disposto a julgamentos e sentenças sumárias a qualquer queixa apresentada pela campanha do Lula, respondeu que o 'queixoso' que apresentasse as provas circunstanciadas do que estava dizendo em 24 horas ou ele [a campanha de Jair Bolsonaro] que seria o 'fuzilado'.
As provas, como a gente já sabe desde ontem, foram de fato apresentadas, mas antes que elas fossem esmiuçadas ou esquecidas pela mídia, estourou o escândalo que já está sendo batizado na rede como 'Radiolão'.
Sendo assim eu volto ao recado, onde eu fazia as perguntas:
Conteúdo 'sabidamente falso', entre aspas, é todo dado 'sabidamente verdadeiro' da biografia do Lula que o Brasil inteiro assistiu?
O nome disso é mentira.
Censurar, desmonetizar ou prender por atitude anti-democrática, quem denuncia isso como o que é?
O nome disso é trapaça.
Jornalista que aplaude o agente do estado que tem o monopólio do exercício da força armada, que censura, desmonetiza ou prende colegas dele por denunciar essa mentira;
O nome disso é canalhice...
Fernão Lara Mesquita
é jornalista e ex-diretor do jornal O Estado de S.Paulo
*Este conteúdo reflete a opinião do autor