O apoio declarado de João Amoêdo a Lula no 2º turno provocou uma grande crise no Partido Novo.
Após Eduardo Ribeiro, hoje presidente do Novo, chamar a decisão do fundador da sigla de "vergonhosa, constrangedora e incoerente"; e de Felipe D'Avila, presidenciável do partido derrotado no 1º turno, pedir a sua saída, o banqueiro Ricardo Lacerda, do banco de investimento BR Partners, decidiu se desfiliar.
Lacerda disse que discorda da decisão de Amoêdo, mas considerou sua fala "corajosa, fundamentada e estritamente pessoal". Nas redes, ele também lamentou o tom das críticas dentro do Partido.
"Lamentável a reação do partido Novo e seus líderes condenando-o, numa humilhante tentativa de lamber as sobras do bolsonarismo. Desfiliar-me-ei", escreveu.
Em seu apoio a Lula, Amoêdo afirmou que Bolsonaro é "um governante autocrático que se coloca acima das instituições" e que o vê como um risco substancialmente maior, principalmente por suas recentes declarações sobre alterar a composição do STF.
O fundador do Novo, entretanto, também deixou clara suas críticas ao candidato petista.
"Discordo integralmente das ideias e dos métodos (Lula). A incapacidade de assumir erros é a garantia de erros futuros. Nunca tive dúvida. Nem Lula nem Bolsonaro merecem meu voto. Serei oposição a qualquer um dos dois. Porém, e infelizmente, a escolha que agora se apresenta na urna não é sobre os rumos que desejo para o Brasil, mas só a possibilidade de limitar danos adicionais ao nosso direito como cidadão. E é só isso que espero manter com essa eleição: o direito de ser oposição", concluiu.