Ilustração da empresa Recompose de Compostagem Humana
Reprodução Ilustrativa Recompose
Ilustração da empresa Recompose de Compostagem Humana

O estado da Califórnia nos EUA oferecerá, a partir de 2027, a opção de compostagem humana ou redução orgânica natural (NOR) após a morte de seus cidadão. O projeto de lei assinado pelo governador do estado Gavin Newsom, no último domingo 18 de setembro, autoriza os moradores a escolherem entre a opção compostagem humana após sua morte no lugar dos métodos tradicionais, como enterro ou cremação.

A método da ‘compostagem humana’ no funeral envolve em colocar o corpo em um recipiente reutilizável, cercando-o com lascas de madeira e arejando-o para permitir que micróbios e bactérias cresçam. Após cerca de um mês, os restos se decompõem e se transformam totalmente em solo. Algumas empresas nos Estados Unidos já oferecem o serviço em uma instalação produzida com materiais de redução orgânica. 

Dióxido de carbono

O processo de compostagem huma evita a queima de combustíveis fósseis e a emissão de monóxido de carbono resultado do precesso de  cremações. Só nos EUA, cerca de 360.000 toneladas métricas de dióxido de carbono são emitidas por ano, segundo a National Geographic.

A deputada democrata Cristina Garcia disse que a ameaça das mudanças climáticas motivou a criação da nova lei.

“Com as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar como ameaças muito reais ao nosso meio ambiente, este é um método alternativo de disposição final que não contribuirá com emissões para nossa atmosfera', disse Garcia.

Detalhes do projeto

  • O novo projeto de lei proíbe a combinação de restos mortais de várias pessoas na mesma instalação, somente em caso de familiares
  • Não será ilegal vender o solo ou usá-lo para cultivar alimentos para consumo humano
  • A ideia de compostar restos humanos levantou questões éticas e provocou a ira de setores da igreja

A Igreja Católica da Califórnia se manifestou contrária ao processo e disse que essa ideia “reduz o corpo humano a simplesmente uma mercadoria descartável”.

“O NOR usa essencialmente o mesmo processo de um sistema de compostagem de jardinagem doméstica”, disse a diretora executiva da Conferência Católica da Califórnia, Kathleen Domingo, em comunicado compartilhado com o SFGATE. Ela acrescentou que o processo foi desenvolvido para gado, não para humanos.

Nos estados americanos de Washington, Colorado e Oregon o processo de compostagem de cadáver já é legalizado, mas a lei do Colorado proíbe que o solo de várias pessoas seja combinado sem consentimento, proíbe sua venda como solo ou uso para cultivo de alimentos destinados ao consumo humano.

“Esses métodos de descarte foram usados ​​para diminuir a possibilidade de transmissão de doenças pela carcaça morta. Usar esses mesmos métodos para a 'transformação' de restos humanos pode criar um infeliz distanciamento espiritual, emocional e psicológico do falecido”, reclamou Kathleen Domingo. 

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