O candidato à reeleição de Minas Gerais faltou ao debate pela segunda vez seguida.
Reprodução/ Tv Alterosa
O candidato à reeleição de Minas Gerais faltou ao debate pela segunda vez seguida.

Pela segunda vez seguida, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, não compareceu ao debate dos postulantes ao Palácio Tiradentes. Por causa da ausência, o púlpito do chefe do Executivo mineiro no palco do evento ficou vazio. A falta de Zema abriu brecha para que os demais candidatos criticassem o governador sem que houvesse algum tipo de reação.

Todos os demais convidados ao debate compareceram. Além de Zema, foram chamados Alexandre Kalil (PSD); Carlos Viana (PL); Marcus Pestana (PSDB) e Lorene Figueiredo (Psol). Pelas regras do debate, foram escolhidos os postulantes cujos partidos têm representação no Congresso.

Em nota, a equipe de Zema justificou a ausência alegando que o governador estava em evento de campanha e que não concordava com uma das regras do debate — a de que o púlpito do candidato ficará vazio no palco em caso de não comparecimento.

"Em razão de compromissos de campanha do candidato Romeu Zema no Alto Paranaíba, neste sábado (17/9), e por não ter concordado previamente com as regras do debate, a candidatura ao Governo de Minas do Novo informa que não participará do programa", diz a nota.

O debate deste sábado foi realizado pelo SBT e pela TV Alterosa e teve duração de uma hora e 30 minutos, dividido em quatro blocos. As regras do debate foram acordadas previamente com as equipes dos postulantes.

Logo nas primeiras perguntas do debate, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil foi questionado sobre as medidas para diminuir os índices de feminicídio do estado, que tem uma das maiores taxas do país. O candidato, então, já fez a primeira crítica direta a Zema, lembrando uma frase dita pelo governador, há dois anos, de que a opressão contra as mulheres é "instinto natural do ser humano".

"O problema do feminicídio não é um problema de segurança pública. É um problema de governo e de filosofia de governo. Cabe ao governo dar o amparo à mulher, a prevenção, a delegacia. O feminicídio é fruto de como um líder trata sobre o assunto", disse Kalil, que completou: "Temos um governador que falou que bater em mulher é um instinto humano".

Já o candidato tucano criticou justamente a ausência de Zema no debate. Pestana avaliou que comparecer ao evento é um direito do eleitor para conhecer os candidatos.

"Comparecer a debate é dever do candidato mas, acima de tudo, é um direito do eleitor para controlar o futuro mandato daquele que for o vencedor", disse.

No primeiro debate entre os candidatos de Minas, feito pela Band ainda no início de agosto, Zema também não compareceu ao evento alegando problemas de saúde. De acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira, o governador é o favorito na disputa, com 53% das intenções de voto.

Em segundo lugar está Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e o candidato que conta com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele aparece com 25%, seguido pelo senador bolsonarista Carlos Viana (PL), com 5%.

O tucano tem 1% das intenções, enquanto Lorene não pontuou nas pesquisas.

Minas Gerais é considerado um estado decisivo para a corrida presidencial. Até hoje, desde a redemocratização, todos os presidentes que foram eles ganharam em Minas. Por causa disso, os principais postulantes ao Planalto buscaram montar palanques fortes no estado.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou, sem sucesso, repetir a aliança que tinha com Zema na eleição de 2018. Sem conseguir o apoio do governador, o mandatário escolheu Viana como seu candidato. Já Lula se aliou a Kalil, que, até então, era próximo do presidenciável do PDT, Ciro Gomes.

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