Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazem neste domingo manifestações em algumas capitais em defesa do voto impresso. Em Brasília, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, demitido em meio a pressões do Congresso, participa do ato, que também conta com a presença da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e autora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara para a impressão de um comprovante do voto nas eleições, pauta defendida por Bolsonaro.
Muito celebrado pelos presentes, que fizeram fila para tirar foto, o ex-chanceler afirmou que a pauta é "fundamental" e que a presença da população nas ruas é necessária para convencer o Congresso a aprovar a PEC do voto impresso.
"Pauta absolutamente fundamental. Acho que o povo tem que confiar na integridade do voto. Não tem porque não proporcionar o povo essa confiança na integridade do voto. Claro que é necessária a presença na rua", disse Araújo, em conversa com a imprensa durante o protesto.
Em maio, em uma série de publicações no Twitter, o ex-ministro afirmou que o governo virou uma "administração tecnocrática sem alma nem ideal".
Em Brasília, a manifestação deste domingo é realizada na Esplanada dos Ministérios. Já no Rio de Janeiro, o ato acontece na praia de Copacabana, Zona Sul da cidade, e tem a presença do deputado bolsonarista Helio Lopes (PSL-RJ).
Kicis afirmou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não receberam "voto de ninguém" e não podem decidir como será a apuração de votos.
"Respeita o povo, ministro do Supremo e do TSE. Não recebeu voto de ninguém. Não tem que decidir como vai ser a apuração", discursou.
Os assessores da Presidência Max Guilherme Machado e Mosart Aragão também participam do protesto na capital federal.
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A concentração para o protesto começou às 9h, em frente do Museu Nacional da República. Pouco antes de 11h, os manifestantes começaram a andar em direção ao Congresso. As duas vias da Esplanada dos Ministérios foram fechadas.
Em frente à Catedral de Brasília, a Polícia Militar fez um cordão para revistar mochilas e bolsas. Apesar do mesmo procedimento ter sido adotado em protestos recentes contra o governo, organizadores reclamaram. Também houve reclamação pelo fato de grades terem sido colocadas em frente ao gramado que leva ao Congresso, medida que também foi tomada em atos da oposição.
A maioria das faixas pede “voto impresso auditável” e “contagem pública de votos”. Também há críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Uma faixa pedia intervenção militar, mas organizadores pediram que fosse retirada.
Nas redes sociais, também é possível ver registros de manifestações em outras capitais, como São Paulo (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO) e Recife (PE). Confira: