Mulher agride PM ao ser presa
Arquivo pessoal
Mulher agride PM ao ser presa


Uma mulher de 64 anos foi presa em flagrante, nesta quarta-feira, por injúria racial, em Taguatinga, no Distrito Federal. Pai e filho estavam na calçada, em frente a um shopping da região, quando a idosa passou por eles e iniciou as ofensas: "Negrada do inferno, vai pro raio que o parta (sic)."

No momento das agressões, o técnico em telecomunicação Alcides Jesus Santos, de 39 anos, filmava o pai, José Barbosa dos Santos, de 70 anos, em frente ao estabelecimento comercial. Eles voltavam de uma consulta médica, já que o idoso faz tratamento contra um câncer.

As imagens mostram que os dois comentavam sobre a pintura do edifício. José trabalha como pintor há mais de 40 anos. Nesse momento, a mulher passou e ofendeu pai e filho.

Uma policial militar à paisana passava pelo local e escutou o que a idosa disse.

"Você está doida?", questionou a agente quando notou o crime.

Em seguida, o vídeo mostra que a suspeita tentou fugir e agrediu a policial com um chute. O G1 não localizou a defesa da mulher detida.

Momentos depois, um militar do Corpo de Bombeiros que também viu a situação, ajudou a conter a agressora até a chegada dos policiais militares. O nome da mulher detida não foi divulgado. Ela foi presa e levada à 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul.

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O caso foi registrado como injúria racial e vias de fato, já que a mulher também agrediu a policial. Segundo a Polícia Civil, foi arbitrada fiança, mas a corporação não informou o valor e nem se a quantia foi paga pela suspeita. Já Alcides, uma das vítimas, contou à reportagem que a agressora foi liberada da delegacia após pagar R$ 1 mil.

'Situação inadmissível'

Alcides contou que o caso ocorreu por volta das 9h. Ele e o pai tinham saído de uma consulta no shopping quando repararam no serviço de pintura feito no prédio do complexo comercial.

"A gente estava vendo as pinturas, porque tinha um andaime, e no tempo do meu pai não era assim. O serviço era feito com balanços", comentou.

O homem diz ainda que acredita que o crime se trata de um caso de racismo e, não, de injúria racial:

"Quando ela (mulher) fala "negrada", ela envolve toda uma raça.  Fiquei sem chão, mas graças a Deus estava passando uma policial, que ajudou a gente. É inadmissível que, em pleno século 21, a gente ainda esteja tendo que ver essa situação no Brasil. É bastante complicado".

Racismo e injúria racial

De acordo com a legislação brasileira, o crime de racismo é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial privado.

Já com base no Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro, utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

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