O presidente da comissão especial do voto impresso na Câmara, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), tentará um acordo para aprovar na quinta-feira o relatório de Filipe Barros (PSL-PR). Mas ele mesmo reconhece que está cada dia mais difícil o consenso e que a disputa entre as forças no colegiado mudou. Hoje, o voto impresso seria derrotado . Já chegam a 20 os parlamentares contrários ao texto. A comissão é composta por 34 titulares, o que daria uma certa folga no placar.
Martins admitiu ao GLOBO que essa proposta de emenda à Constituição pode não ser votada a tempo de entrar em vigor em 2022. Para dar tempo, a emenda teria que ser promulgada até outubro, um ano antes do pleito. Além do tempo curto para uma matéria polêmica, pesam o alto quórum de aprovação de uma PEC — três quintos em dois turnos na Câmara e no Senado — e a maioria que começa a se formar contra o texto.
— Sem acordo, pode ser votada somente depois do recesso. E, para vigorar em 2022, teria que ser votado bem no início de agosto. Há o risco sim de não ser apreciada a tempo — disse Paulo Martins, favorável à adoção do voto auditável no país.
— Por mim, votava isso logo e encerrava o assunto. Melhor do que acirrar ainda mais os ânimos — disse.
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O parecer de Barros iria a voto na comissão na semana passada, mas a reunião foi adiada para esta quinta. Martins se irritou com as trocas feitas pelos partidos nas duas últimas semanas, que mudaram a tendência na comissão. Antes, o voto impresso seria aprovado no colegiado, mas, após a união de presidentes de onze partidos pela derrubada da PEC, o cenário mudou. Foram realizadas vinte movimentações de nomes na comissão, entre titulares e suplentes, que transformou o cenário. Agora, a maioria é contra.
— Depois dessas mudanças o quadro mudou, mas de forma artificial. Estão ali agora deputados que sequer participaram das audiências públicas. E formou-se uma maioria para o outro lado — afirmou o presidente, que chegou nesta segunda a Brasília, para tentar um acordo que salve o texto do relator.