Desse total, 63% acredita haver corrupção no Ministério da Saúde
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Desse total, 63% acredita haver corrupção no Ministério da Saúde

Para mais de dois terços dos brasileiros, o governo do presidente Jair Bolsonaro é corrupto . Segundo a pesquisa Datafolha , 70% dos adultos entrevistados acreditam haver corrupção na gestão do presidente, eleito sob a retórica de que iria combatê-la. Já aqueles que acham que não há corrupção no governo federal são 23% da amostra. 

Destes, 63% acredita que a concentração da corrupção está no Ministério da Saúde, como vem revelando a CPI da Covid-19. Dentre os ouvintes, 64% afirma que o presidente sabia das 'falcatruas' e nada fez. 

Os dados foram colhidos pelo instituto ao entrevistar 2.074 pessoas com mais de 16 anos, nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

De acordo com a pesquisa, os grupos que mais vêem corrupção no governo são: 

  • empresários (50%)
  • mulheres (74%);
  • jovens (78%);
  • moradores do Nordeste (78%)
  • aqueles que reprovam o governo (92%)

Dos 23% que acreditam não haver corrupção, a crença é maior entre homens (28%), pessoas com mais de 60 anos (29%), e os nichos evangélicos (30%) e moradores do Norte/Centro-Oeste (31%).

O presidente está com seu maior índice geral de reprovação, 51%, e 52% dos ouvidos o consideram desonesto, invertendo a impressão colhida em junho de 2020.

Caso Covaxin

Desde que o servidor Luis Ricardo Miranda denunciou as supostas irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo brasileiro, a aquisição do imunizante se tornasse a principal via de investigação da terceira etapa da CPI da Covid.

A Covaxin foi a vacina mais cara comprada pelo governo Bolsonaro, com preço unitário de R$ 80,70. As negociações apresentam diversas movimentações atípicas quando comparadas às que Planalto teve com outras farmacêuticas.

Além da negociação atípica, com a atravessadora Precisa Medicamentos, chama a atenção a velocidade recorde entre o início das conversas para importar a vacina e a assinatura do contrato. Foram apenas 97 dias, enquanto a Pfizer, ignorada dezenas de vezes pelo governo federal, precisou de 330 dias para fechar o contrato.

Ontem, durante motociata em Porto Alegre, o presidente disse que "é impossível apurar tudo que chega até ele. A oposição considera a fala como confissão do crime de prevaricação, em que o servidor deixa de tomar as providências para apurar a denúncia. 

Esse caso reflete na opinião pública. Para 63%, há corrupção na Saúde, ante 25% que a descartam e 12% que não sabem. A visão negativa é mais sustentada por quem tem curso superior (68%).



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