Bolsonaro e Pazuello
Carolina Antunes/PR
Bolsonaro e Pazuello

 Às vésperas do início dos trabalhos da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o seu trabalho na região de Manaus foi 'muito bem feito', assim como o do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O presidente justificou essa avaliação pelo fato de que, nesta sexta-feira, receberá da Assembleia Legislativa do Amazonas, o título de cidadão amazonense.

A atuação do governo federal no Amazonas é uma das frentes de investigação da CPI que mais preocupa o governo. O ex-ministro Pazuello já é alvo de uma ação de improbidade administrativa protocolada pelo Ministério Público Federal do Amazonas.

Como o GLOBO revelou, documentos incluídos na ação apontam a omissão e a lentidão do ministério em lidar com o colapso no sistema de saúde do Amazonas em janeiro deste ano.

Atas e depoimentos colhidos indicam, por exemplo, que Pazuello sabia da situação crítica no estado desde dezembro de 2020, mas uma comitiva foi enviada apenas em janeiro.

Para Bolsonaro, entretanto, embora a crise tenha chocado a todos, 'ninguém esperava por aquilo'.

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— Pessoal de Manaus, amanhã estou pousando em Manaus. Foi-me concedido o título de cidadão de Manaus. Sinal de que nosso trabalho, o meu trabalho, do Pazuello, ministro da Saúde, foi muito bem feito na região. Lamentamos a crise que teve lá, mortes, uma cosia que chocou a todos nós, mas foi uma coisa que ninguém esperava por aquilo. O governo brasileiro fez sua parte — afirmou.

O título que Bolsonaro receberá, na verdade, será o de cidadão amazonense. O projeto foi aprovado em regime de urgência pela assembleia legislativa do estado nesta terça-feira e foi proposto por um deputado do PSL. Dos 24 deputados estaduais, 19 votaram para conceder o título a Bolsonaro.

Apesar da declaração de Bolsonaro, o Ministério Público Federal considerou que o governo federal tinha conhecimento do colapso em Manaus.

“Extrai-se mais do que a ciência concreta da cúpula do Ministério da Saúde quanto à situação de iminente colapso que vivia Manaus. Vê-se também que, a despeito da emergência posta, o então Ministro da Saúde não adotou medidas com a urgência necessária ao enfrentamento da pandemia”, diz a ação do MPF.

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