Maior chacina da história de São Paulo terá novo júri nesta segunda-feira (22)
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Maior chacina da história de São Paulo terá novo júri nesta segunda-feira (22)












Victor Cristilder Silva dos Santos, ex-cabo da Polícia Militar , e Sergio Manhanhã, Guarda-Civil Municipal , deverão responder pela maior chacina da história do estado de São Paulo , ocorrida em 2015. Ambos são acusados assassinar 17 pessoas, em Osasco e Barueri , e integrar um grupo que vingava assassinatos de policiais militares e GCMs.

O novo julgamento se inicia na manhã desta segunda-feira (22), as 10h no Fórum Criminal de Osasco , região metropolitana de São Paulo. Representantes de Cristilder e Manhanhã alegam inocência, mas ambos estão presos preventivamente. A previsão é de que o julgamento possa durar até quatro dias.

De acordo com o Ministério Público , o ex-PM e o GCM faziam parte de um grupo de extermínio que vingou a morte de um policial militar e um guarda-civil, em 2015.

Desta vez, a pandemia do novo coronavírus impediu o novo juri de contar com a presença de plateia ou da imprensa. No total, 20 testemunhas entre acusação e defesa serão ouvidas no decorrer do julgamento. Tanto Ministério Público , quanto os advogados de defesa, participarão. Cristilder e Manhanhã se manifestarão por último. Serão sete jurados que decidirão se absolvem ou condenam os réus. Após a decisão, a juíza Elia Kinosita Bulman dará a sentença e, caso opte pela condenação, a pena em seguida.

O que dizem as partes


O Ministério Público citou, em entrevista ao portal G1, que "pedirá a condenação e espera serenamente que eles sejam condenados, como já o foram, quando do primeiro julgamento”. Já a defesa argumenta que "As provas documentais, periciais e testemunhais tornam evidente a inocência de ambos".

A Promotoria acusa os ex-oficiais de vingar os assassinatos do policial militar Admilson Pereira de Oliveira, no dia 8 de agosto de 2015, em Osasco, e do guarda-civil Jeferson Luiz Rodrigues da Silva quatro dias depois.

De acordo com o MP , a escolha das vítimas ocorreu de maneira aleatória e somente algumas tinham ficha criminal. Todas estavam nas ruas ou em bares, sendo 16 homens e uma mulher - esta uma adolescente de 15 anos - que circulavam por Osasco e Barueri.

Como foi o julgamento passado


Os ex-oficiais já haviam sido julgados e condenados anteriormente, porém, as defesas recorreram e o Tribunal de Justiça anulou as sentenças em 2019. A alegação utilizada foi a de que os jurados votaram sem levar em conta as provas do processo, que já ultrapassa as 30 mil páginas . Com isso, o TJ determinou que os acusados fossem julgados novamente.

Na condenação anterior, Cristilder e Manhanhã receberam penas que, se somadas, chegam a mais de dois séculos de reclusão. Mesmo com as sentenças centenárias, a legislação brasileira não permite que um preso fique encarcerado por mais de 30 anos .


Em agosto de 2015, homens encapuzados e armados mataram 23 pessoas a tiros. Destas, 17 mortes são atribuídas ao grupo miliciano em que Cristilder e Manhanhã são acusados de integrar.

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