BRASÍLIA – Os senadores Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS), que disputam à presidência do Senado, defenderam neste sábado a independência da Casa, mas evitaram falar em um processo se impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Ambos cobraram ações do governo federal no combate à pandemia de Covid-19, mas Tabet afirmou que há riscos inconstitucionais com a ingerência do governo na eleição do Congresso. Eles foram entrevistados no programa “Em Foco com Andréia Sadi”, da GloboNews.
Pacheco, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, quando questionado se o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem condições de continuar à frente do ministério, respondeu que é prerrogativa do presidente Jair Bolsonaro decidir. No entanto, reconheceu erros.
— Houve erros, houve acertos, o resultado disso é um resultado muito trágico para o Brasil, não há dúvida, mais de 220 mil mortos. E, neste momento, a maior preocupação tem que ser o de identificar erros do passado, corrigi-los, e buscar acertar daqui pra frente, especialmente em referência à vacina, que a vacina chegue rapidamente a todos os brasileiros — disse Pacheco.
Abandonada pelo MDB na disputa, Simone Tabet é candidata independente. Ela foi mais dura na cobrança ao governo e defendeu que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem.
— Alguém vai ter que pagar essa conta, e isso é um dever do homem público e do Ministério Público investigar, de nós todos. Mostrar para a sociedade quem errou, porque errou e aí ser responsabilizado —disse Tebet.
Os dois candidatos defenderam uma solução para ajudar os mais necessitados durante a crise. Pacheco destacou que o auxílio emergencial foi fundamental para famílias e que dará prioridade em busca de uma solução em um debate do Senado com a equipe econômica.
— Nós precisamos compatibilizar com fundamentos econômicos, com fundamentos sociais, a observância da responsabilidade fiscal, quanto mais possível observar o teto de gasto público. Mas nunca nos esqueçamos de que há uma camada da sociedade que precisa pra já de assistência social, seja através de num programa análogo ao auxílio emergencial, ou num incremento do Bolsa família, mas algo precisa ser feito — disse o candidato do DEM.
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Na entrevista, Pacheco negou que tenha dado garantia ao presidente Jair Bolsonaro em não pautar um pedido de impeachment.
— Não há nenhum tipo de compromisso especifico, com pauta especifica de não pautar ou pautar.- afirmou, completando: Isso precisa ser tratado com muita responsabilizado e não pode ser banalizado - reforçando que, se houver um pedido, deve ser tratado primeiro pela Câmara dos Deputados.
A candidata do MDB voltou a avaliar que “não há clima” para um impeachment hoje no país. Por outro lado, criticou a ingerência política na eleição do Congresso.
— Não há como não falar que nós não temos riscos inconstitucionais—afirmou, completando: — Como eu nuca vi até então, nós temos hoje um Executivo com ingerência na eleição do Congresso... Estamos falando de cargos públicos externos, estamos falando de emendas extraorçamentárias na ordem R$ 3 bilhões sendo distribuídas para deputados, para senadores, tem uma planilha hoje divulgada que precisa ser investigada.