O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), afirmou neste sábado (28) que, apesar da alta de internações pelo novo coronavírus , os dados de óbitos e contaminações mostrariam que a pandemia está estável na capital paulista.
O candidato passou o último dia da campanha eleitoral em visitas a casas de militantes históricos do PSDB em cinco bairros da zona leste da cidade, onde tomou café com simpatizantes.
Questionado sobre a possibilidade de que o governo estadual volte a declarar medidas restritivas na capital devido ao recente aumento do número de casos de Covid-19
, Covas disse que qualquer atualização se dá com base em dados da prefeitura, que segundo ele não indicam aceleração da contaminação e dos óbitos na cidade.
"Aqui na cidade de SP a gente teve um aumento na quantidade de internações, mas há uma estabilidade em relação ao número de casos e óbitos. Os dados não são produzidos pelo prefeito, são da vigilância sanitária. Há uma estabilidade da pandemia na cidade de São Paulo", afirmou Covas.
Na quinta (26), integrantes do Centro de Contingência contra a Covid-19 em São Paulo afirmaram que foram encaminhadas ao governo Doria
recomendações para aumentar restrições diante do avanço do coronavírus nos últimos dias.
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A atualização do Plano São Paulo , que determina a fase das restrições às atividades em cada região do estado, estava prevista para 16 de novembro, quando já havia um aumento de 18% no número de internações em uma semana no estado, mas foi adiada pelo governo Doria para a próxima segunda, 30 de novembro, um dia depois das eleições.
Essa decisão do governo estadual, que tem sido questionada como eleitoreira por adversários, foi atribuída ao governador João Doria (PSDB) a uma recente falha no sistema do Ministério da Saúde que compila dados referentes à pandemia.
"Os dados que o governo do estado tem são os da prefeitura de São Paulo, não tem como ter dados diferentes daqueles que estão sendo mostrados diariamente para a população. Na cidade há uma estabilidade da pandemia. Não há espaço para o discurso alarmista dizendo que estamos escondendo os dados, como também não há para dizer que a pandemia acabou", afirmou o prefeito.
Covas comparou questionamentos dos dados da vigilância sanitária a "desacreditar os dados do Inpe que apontam um aumento do número de queimadas no país", em alusão às falas do presidente Jair Bolsonaro que questionavam dados oficiais relativos a desmatamento no país.
Durante um café com o prefeito em sua casa no bairro de Vila Nova Manchester, na zona leste de São Paulo, a militante Maria de Lurdes Silva, de 77 anos, chegou a afirmar ao que o candidato Guilherme Boulos não tinha caráter. Logo depois da reunião, Covas afirmou considerar Boulos seu adversário, e não seu inimigo, e desejou que o psolista se recupere do coronavírus.
O tucano não quis se comentar o fato de o adversário ter mantido agendas de campanha mesmo após o contato com a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), que foi diagnosticada com Cov-19 logo após um ato com Boulos.
Os militantes visitados por Covas são tucanos históricos que já militaram e fizeram campanha, segundo o candidato, com o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Mário Covas, avô de Bruno morto em 2001.
O candidato tomou café com simpatizantes nos bairros de Jaraguá, Guaianazes, Vila Ré, Vila Nova Manchester e Heliópolis da manhã até o início da tarde.