O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (12) que o traficante André de Oliveira Macedo , conhecido como André do Rap, fugiu do país.
André do Rap é um dos líderes um dos chefes da facção criminosa paulista (PCC) com presença dentro e fora dos presídios do Brasil. Ele foi solto no sábado após decisão do ministro Marco Aurélio (STF).
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o governador afirmou que a polícia paulista monitorou o traficante, que não foi para o Guarujá, como prometera às autoridades, mas para Maringá, no interior do Paraná.
– A polícia de São Paulo toda mobilizada para achar o André do Rap, que a essa altura já está fora do Brasil, evidentemente. Ele não foi para o Guarujá, como ele prometeu ao juiz. Nós monitoramos, a polícia de São Paulo monitorou. Ele foi para Maringá, de Maringá pegou um avião com o alvará de soltura, com o habeas corpus do ministro Marco Aurélio, e a essa altura ou já está na Bolívia ou no Paraguai. É fugitivo da polícia – afirmou o governador.
Crítico da decisão de Marco Aurélio, Doria disse na entrevista que o ministro errou ao conceder a soltura. O governador afirmou que é errado o posicionamento de Marco Aurélio, que disse que julga “sem ler a capa do processo”, em um indicativo de que apenas cumpre a lei e não toma decisões diferenciadas por causa das características de cada réu.
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André do Rap estava preso desde setembro do ano passado e, segundo o governador, ele portava R$ 4 milhões em espécie quando foi preso e ofereceu aos policiais que o capturaram um suborno de R$ 10 milhões em troca de sua liberdade, o que justificaria a sua manutenção na prisão.
– Como fazer justiça sem saber se está avaliando um criminoso, um assassino, um homicida, ou um ladrão de bisnaga de pão na padaria? Como um juiz pode avaliar se está tendo uma decisão justa e correta sem saber quem está julgando? – questionou o governador.
André do Rap cumpria prisão preventiva em uma penitenciária em Presidente Venceslau, interior de São Paulo, mas já tinha condenação em primeira instância a 14 anos de prisão. A pena foi reduzida na segunda instância a 10 anos de prisão. Ele foi preso em um condomínio de luxo, em Angra dos Reis.
Ele é acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico, financiamento de narcotráfico e seria um administrador de um esquema de exportação de drogas para a Europa.
Na ocasião, a operação Oversea apreendeu quatro toneladas de cocaína e chegou aos investigados por meio de interceptação telefônica, vídeos, depoimentos e vigilância policial.
A operação buscava desaerticular a atuação de um grupo criminoso voltado ao tráfico internacional de entorpecentes, com atuação no Porto de Santos, o maior do país.