Até o último domingo (23), 41 pessoas alegam terem levado agulhadas durante as festas de Carnaval em Recife , Olinda e também no município de Orobó . Isso segundo informações divulgadas no fim da tarde desta segunda-feira (23) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).

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Em 2019, unidade recebeu mais de uma centena de vítimas de agulhadas.
Divulgação / Secretaria Estadual de Saúde
Em 2019, unidade recebeu mais de uma centena de vítimas de agulhadas.


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Das 41 pessoas notificadas pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) do dia 15 ao dia 23 deste de fevereiro, 25 são  mulheres e 16 são homens.

Ainda de acordo com a SES, após uma triagem feita no Hospital Correia Picanço , na Zona Norte do Recife, 33 pacientes realizaram a profilazia pós-exposição (PEP) para prevenir uma possível infecção pelo vírus HIV e outros. Os demais teriam se recusado a fazer o teste ou já tinham passado do período de 72 horas preconizadas para o início da terapia. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias, para conclusão do tratamento.

A SES informou que os pacientes ainda foram orientados a realizar o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço, ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) dos municípios de São Lourenço da Mata (Hospital e Maternidade Petronila Campos); Caruaru (UPA Vassoral), Pesqueira (Hospital Dr. Lídio Paraíba) e Serra Talhada (Hospital Professor Agamenon Magalhães - Hospam).

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Os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são baixos, em média 0,3%, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Todos os pacientes foram orientados a procurar os órgãos policiais para investigação das ocorrências, já que as investidas podem ser tipificadas como crime .

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A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que recebeu, somente neste Carnaval, denúncias de 25 pessoas. Dez denúncias ocorreram no sábado (22) e 15 foram feitas no domingo (23). A PCPE instaurou inquérito e está apurando os fatos.

Relatos

"Tinha um aglomerado de gente embaixo do viaduto da Avenida Sul quando passamos por lá. Foi aí que senti algo como uma picada de inseto. Na hora, meu braço começou a coçar e ficou dormente em seguida", relata a assistente social de 44 anos, moradora de Moreno, que não quis se identificar. Ela procurou a unidade de saúde após ver casos semelhantes nos noticiários. "Ontem [domingo] à noite eu entrei em pânico. Foi quando resolvi buscar ajuda. Vim bem cedo, fiz exames de sangue e um Boletim de Ocorrência. A sensação é péssima, estou muito apreensiva", disse. 

Uma outra mulher, servidora pública de Roraima, de 30 anos, passou por uma situação bastante parecida também no domingo, mas, dessa vez, em Olinda. "Não sei dizer onde eu estava, porque não conheço a cidade, mas aconteceu em um momento de aglomeração de pessoas. Senti uma picada e, em seguida, uma ardência. Não saiu sangue. Quando vi a reportagem, resolvi vir até o hospital", conta. "Para mim, acabou. Vou ficar dentro do quarto. Não tenho coragem de sair", desabafa. Ela ainda reclamou da inexistência de um ponto de apoio em Olinda, já que parte dos casos aconteceram no município. 

Uma jovem de 18 anos, moradora de Paulista, no Grande Recife, também foi vítima. Ela estava próxima à Ladeira da Misericórdia quanso sentiu a picada. "Estava muito cheio, muito apertado, não tinha como saber quem foi. Era a primeira vez que eu estava indo ao Carnaval de Olinda. Não volto nunca mais", afirmou. 



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