O domingo (21) foi marcado por manifestações em quase todo o País. Centrais sindicais e simpatizantes de movimentos de esquerda foram às ruas mostrar sua indignação perante o novo caso de corrupção envolvendo políticos brasileiros. Ao total, 19 estados mais o Distrito Federal tiveram atos contra o atual governo.
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No Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife as manifestações tiveram pouca adesão na manhã deste domingo (21). Em Porto Alegre, o tempo ruim e a chuva fez o ato contra a corrupção ser cancelado.
Em Brasília, uma das capitais que contou com atos neste final de semana, cerca de 350 manifestantes se concentraram na frente do Museu da República. Segundo informações dadas pelo tenente da Polícia Militar do Distrito Federal, Marcus Uitálo Menezes, apontam que o protesto foi iniciado às 10h e encerrou-se duas horas após. Não houve registro de agressões ou confronto com a polícia. Os presentes pediam a saída do presidente Michel Temer , além de eleições diretas.
Rio de Janeiro
Servidos de variadas categorias, manifestantes e representantes de diversos sindicatos se reuniram na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para protestar contra o governo que está envolvido em caso grave de corrupção, propina e tentativa de frustrar as investigações da Operação Lava Jato. De acordo com Ramon Carrera, um dos líderes do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), que organizou o ato, a entidade já tinha marcado o encontro há duas semanas para protestar sobre a situação precária dos servidores do Rio, que enfrentam atrasos de salários e falta de condições de trabalho.
“Era um ato contra o governo Pezão e contra a corrupção instalada no Rio de Janeiro, que ajudou a quebrar o estado. No meio da convocação, feita há duas semanas, a gente teve essa avalanche no governo federal, o que, para nós, é motivo de muita tristeza."
Outro manifestante, o diretor-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Sindjustiça), Ramon Carrera, afirmou que a manifestação foi pacífica e apartidária e custeada pelos sindicatos que vivem da contribuição dos servidores. Durante o ato foi estendida uma faixa branca para que os manifestantes escrevessem mensagens ou registrassem seus protestos.
Um grupo de manifestantes se concentrou em frente à estação do metrô de São Conrado, seguindo pela orla do bairro da zona sul carioca até o prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).
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Belo Horizonte
Eram 9h da manhã quando manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, neste domingo (21). O protesto seguiu para a Praça Sete, tomando as ruas do centro da capital de Minas Gerais. O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.
Segundo Beatriz Cerqueira, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), a eleição indireta não resolve a crise no País. "Na eleição indireta, o Congresso elegerá o presidente da República e na sequência aprovará as reformas da Previdência e trabalhista. Por isso, para nós a única saída é ocupar as ruas gritando Diretas Já . Queremos de volta o direito de eleger o presidente", disse.
Recife
Com baixa adesão, o ato ocorrido neste domingo em Recife contou com cerca de 300 manifestações e ocorreu no Marco Zero da Cidade, no Recife Antigo. Segundo informações de Carlos Veras, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizações que convocaram a mobilização, já se previa que não haveria uma adesão massiva. "O grande ato foi na quinta. Queremos dialogar com as pessoas que vêm ao Marco Zero [local turístico e de lazer] e nos mobilizarmos rumo à Brasília para o ato por Diretas Já do dia 24."
São Paulo
Em São Paulo, o ato pelas Diretas Já e contra o governo federal ocorreu sob forte chuva. Os manifestantes tentaram se proteger da chuva embaixo das marquises ou usavam guarda-chuvas e capas de chuva. O ato, convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, teve início por volta das 15h e foi encerrado às 18h.
Presidente da CUT, Vágner Freitas disse que a chuva atrapalhou muito, mas defendeu a importância das manifestações populares em todo o País. Para Freitas, as eleições diretas no país seriam possíveis por meio de uma emenda popular. Ele disse ainda que as centrais sindicais e os movimentos sociais continuarão mobilizados no país e pretendem fazer um grande ato na próxima quarta-feira, em Brasília. “Vamos continuar a mobilização e nas ruas até ter eleição direta ”, concluiu.
* Com informações da Agência Brasil
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