Delatores assinaram acordos nos quais relataram pagamento de propina para campanha de Temer e Dilma
José Cruz/Agência Brasil - 16..4.2015
Delatores assinaram acordos nos quais relataram pagamento de propina para campanha de Temer e Dilma

Quatro delatores da Operação Lava Jato que são ligados à empreiteira Odebrecht na ação em que o PSDB pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na eleição presidencial de 2014 passaram por acareação na tarde desta sexta-feira (10) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Prestaram depoimento Marcelo Obebrecht, um dos herdeiros da empresa; e os ex-diretores Claudio Melo Filho, Hilberto Mascarenhas e Benedicto Junior. Todos os delatores assinaram acordos nos quais relataram pagamento de propina a políticos de vários partidos.

A acareação foi feita por meio de videoconferência e foi marcada diante de contradições de depoimentos prestados anteriormente sobre doações eleitorais feitas para a campanha presidencial de 2014.

As oitivas do processo foram autorizadas pelo relator das ações decorrentes da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chefe da força-tarefa de procuradores.

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Segundo Fachin, os depoimentos que figuram nos processos criminais da Lava Jato no TSE não violam os termos de sigilo do acordo. Para Janot, está entre as obrigações dos que assinaram acordo de delação premiada prestar informações em processos que tramitam em outras áreas da Justiça, como a Eleitoral.

Contas da campanha

As contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff e de Michel Temer foram aprovadas com ressalvas em dezembro de 2014 pelo TSE, que tomou a decisão por unanimidade. O processo, entretanto, foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, alegando entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Lava Jato. Segundo entendimento do tribunal, a prestação contábil da ex-presidente e do então vice-presidente é julgada em conjunto.

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A campanha de Dilma nega qualquer irregularidade citada por delatores e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. No início do mês, a defesa do presidente Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De acordo com os advogados, não se tem conhecimento de qualquer irregularidade no pagamento dos serviços.


* Com informações da Agência Brasil

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