Ciro Nogueira e Jorginho Mello apresentaram convocações de especialistas que corroboram pautas do governo
Marcos Oliveira/Agência Senado e Pedro França/Agência Senado
Ciro Nogueira e Jorginho Mello apresentaram convocações de especialistas que corroboram pautas do governo

O Palácio do Planalto foi o local onde foram produzidos os documentos apresentados por cinco senadores governistas na CPI da Covid para convocar especialistas associados à defesa do tratamento precoce ou a críticas ao lockdown . A comissão foi instalada nesta terça-feira (27) para investigar as ações do governo federal e eventuais omissões no combate à pandemia. A informação é do jornal O Globo .

Informações registradas nos arquivos do Senado apontam que em sete arquivos protocolados pelos parlamentares Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC) constam o nome de uma assessora da Secretaria Especial de Assuntos Parlamentares (SEAP). Ela é vinculada à Secretaria de Governo , área do Palácio do Planalto responsável pela articulação política.

Essas informações estão presentes nos chamados "metadados" dos arquivos enviados ao Senado pelos parlamentares. Eles funcionam como uma espécie de RG de cada arquivo em um computador. Ao invés de data de nascimento, número do CPF ou nome dos pais, os metadados apresentam a data e horário em que um arquivo foi criado, modificado e, também, o nome do seu autor.

O Planalto preparou uma lista de médicos que defendam o tratamento precoce para que sejam convidados a depor na CPI da Covid. A ideia, segundo integrantes do governo, é demonstrar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazia a defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada com base em especialistas e pesquisadores sobre o tema.

Ciro Nogueira (PP-PI) ficou afastado das recentes ofensivas de aliados de Bolsonaro contra Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito. Nogueira não assina o mandado de segurança apresentado na terça-feira (27) por governistas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pede o afastamento de Renan da CPI.

O senador votou a favor de Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência da CPI, que tinha justamente o compromisso de indicar Renan para a relatoria do colegiado. No final de semana, porém, Nogueira criticou o Renan por dizer que se declararia impedido se alguma acusação contra seu filho, Renan Filho (MDB-AL), chegasse à comissão. Ele disse que "não há meio relator".

O senador Jorginho Mello (PL-SC) é pré-candidato ao governo de Santa Catarina, com apoio do presidente Jair Bolsonaro, de quem é próximo. Os dois já viajaram juntos diversas vezes a Santa Catarina.

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