O posicionamento do presidente Jair Bolsonaro a respeito de eventuais manifestações contra o governo é uma de suas marcas mais polêmicas. Segundo o colunista Bruno Boghossian, no texto deste domingo publicado pela Folha de S. Paulo, Bolsonaro mostra um comportamento perigoso ao lidar com medidas extremas “como atos corriqueiros”.
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O exemplo mais recente é o projeto de lei que isenta a Polícia Militar e o exército de punições sobre excessos cometidos no exercício da função. Caso aprovado, o projeto pode ancorar uma gama maior de práticas no conceito de legítima defesa, com exceção apenas de casos em que há provas de atos intencionais.
De acordo com o jornalista, um ponto preocupante é o fato de que o projeto foi enviado ao Congresso menos de um mês após a o presidente comentar que, caso os protestos do Chile se repitam no Brasil, “a gente se prepara para usar o artigo 142, que é pela manutenção da lei e da ordem”.
A afirmação foi interpretada por muitos como uma ameaça de fortes repressões. Para Boghossian, o contexto - problemático por não especificar que tipo de excessos se enquadram na lei - ameaça a liberdade básica dos cidadãos.