De acordo com executivo da Odebrecht, em jantar no Palácio do Jaburu teria sido acertado valor de propina ao partido de Temer
Beto Barata/PR - 7.7.17
De acordo com executivo da Odebrecht, em jantar no Palácio do Jaburu teria sido acertado valor de propina ao partido de Temer

Raquel Dodge, procuradora-geral da República, enviou um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o ministro Edson Fachin inclua o presidente Michel Temer (MDB) entre os investigados no caso do suposto repasse de R$10 milhões da empreiteira Odebrecht em propinas ao MDB em 2014. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

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A investigação apura se procede a informação de delatores da Odebrecht sobre o repasse. De acordo com Cláudio Melo Filho, executivo da empresa na época, em um jantar realizado no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República –ocupada então por Temer -, teriam sido acertado valores e contrapartidas por parte do partido.

O executivo informou aos procuradores a placa e o modelo do veículo em que foi até o Jaburu, além de atestar que fez ligações telefônicas à Eliseu Padilha na véspera do encontro.

Em seu relato, ele diz que parte do valor seria repassado à Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que concorria ao governo de São Paulo em 2014. Em troca, os ministros do MDB intercederiam em favor da Odebrecht em questões de interesse da empresa.

Estariam lá presentes Temer, o próprio Cláudio Melo, Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral a Presidência).

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A investigação já corre há mais tempo, mas na época da abertura do processo, quando Rodrigo Janot ocupava a procuradoria-geral, ele considerou que Temer não podia ser investigado por crimes anteriores ao mandato enquanto durasse seu período na presidência.

Dogde pensa diferente. Para ela, o presidente não “poderá sofrer responsabilização em ação penal”, o que não exclui a possibilidade de ele ser investigado.

Ela também acrescentou que “os fatos narrados pelos colaboradores e os elementos de corroboração que trouxeram reclamam investigação imediata”.

A investigação tem ainda cerca de 60 dias para ser concluída. Ainda devem ser ouvidos Marcelo Odebrecht, Paulo Skaf e José Yunes, advogado do presidente.

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