Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que denúncias contra Temer também influenciaram em rebaixamento
Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados - 22.3.17
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que denúncias contra Temer também influenciaram em rebaixamento

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (12) que o  rebaixamento da nota do Brasil por parte da agência de classificação de risco Standard & Poor's pode ajudar o governo na tarefa de convencer parlamentares a apoiarem a reforma da Previdência.

O pacote de alterações nas regras para a aposentadoria está com a votação prevista para ocorrer no plenário da Câmara no dia 19 de fevereiro, apesar de o governo ter se esforçado para aprová-lo ainda no fim do ano passado. A demora para votar a reforma da Previdência foi uma das justificativas apresentadas pela S&P para rebaixar a nota do Brasil de BB para BB- (três níveis abaixo do grau de investimento, perdido em 2015).

Em entrevista à Agência Brasil , Maia disse entender que a avaliação da agência internacional pode contribuir para o avanço da proposta “se parte do governo não tentar responsabilizar o Congresso”. A declaração faz referência à nota divulgada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na qual ele destaca ações do governo e atribui o rebaixamento do rating do Brasil aos entraves do Congresso Nacional.

Maia disse ser "uma pena" a posição de Meirelles e classificou o posicionamento do ministro como "resposta de um candidato", numa alfinetada à pretensão de Meirelles em vir a se candidatar à Presidência.

O presidente da Câmara, conforme reportado pelo jornal O Estado de S.Paulo , disse ainda que as denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) também influenciaram na revisão da nota de crédito do Brasil.

Leia também: Maia assume a linha de frente da busca por votos para reforma da Previdência

A reforma que parou

Considerado fundamental pelo Planalto para o equilíbrio das contas públicas, o texto da reforma está pronto para ir à votação desde maio do ano passado, quando o relatório elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA) foi aprovado na comissão especial da Câmara. O projeto, no entanto, teve sua tramitação interrompida por conta do surgimento das acusações de executivos do grupo J&F contra o presidente Temer.

Após a Câmara negar o prosseguimento das duas denúncias oferecidas pela PGR contra o emedebista, o Planalto voltou à carga para tentar a aprovação da reforma da Previdência, mas esbarrou na falta de apoio de sua base desgastada justamente por conta dessas votações contra as investigações pedidas por Rodrigo Janot.

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