Após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), Marco Aurélio Garcia atuava como assessor da Fundação Perseu Abramo
Agência Brasil
Após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), Marco Aurélio Garcia atuava como assessor da Fundação Perseu Abramo

Morreu nesta quinta-feira (20), aos 76 anos, o historiador Marco Aurélio Garcia, que foi assessor especial da Presidência da República durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. A informação foi confirmada pelo partido por meio de seus perfis nas redes sociais.

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De acordo com informações preliminares, Garcia foi vítima de um enfarto fulminante. O corpo foi encontrado por familiares em sua residência, na região central de São Paulo. Ainda não há informações sobre velório e enterro do historiador, que atualmente exercia cargo de assessor na Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao PT.

Formado em História e em Ciências Jurídicas e Sociais com licenciamento em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Garcia era professor do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Durante o regime militar no Brasil, ficou exilado por nove anos no Chile, retornando em 1979.

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Nascido em Porto Alegre (RS), Garcia foi coordenador da campanha de Lula em 2006, quando o petista disputou e ganhou a reeleição. Foi vereador em sua cidade natal e exerceu cargo de secretário municipal de Cultura em Campinas e em São Paulo, durante a gestão da ex-prefeita Marta Suplicy – que, à época, era do PT.

Polêmicas

Em maio do ano passado, Garcia fez fortes críticas à política internacional adotada pelo governo Michel Temer (PMDB), que ainda era interino. Na ocasião, o professor classificou como “medíocre e submissa” a postura do ministro das Relações Exteriores nomeado por Temer, o senador José Serra (PSDB-SP). O tucano deixou o cargo em fevereiro, sendo substituído por Aloysio Nunes Ferreira, do mesmo partido.

Entretanto, atitude do petista que provocou maior repercussão foi em julho de 2007, logo após a queda do Airbus A-320 da TAM em São Paulo, que deixou 199 pessoas mortas. Na ocasião, Garcia, que ainda integrava o primeiro escalão do Planalto, foi flagrado fazendo um gesto obsceno com as mãos enquanto assistia a uma reportagem da “TV Globo” que indicava problemas técnicos no avião acidentado – o que poderia diminuir a responsabilidade do governo pela tragédia.

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“Não aceito dizer que a gente comemorou. Foi um momento de extravasamento com a conclusão de que o acidente pode ter sido mais complexo do que em princípio chegaram a levantar. Foi uma reação de 'poxa, tá vendo?' Porque houve precipitação. Alguns setores tentaram atingir o governo politicamente e nos culpar. Agora está visto que não é bem assim", explicou, na época, o assessor ao jornal “Folha de S.Paulo”.

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