JBS comprou cerca de US$ 1 bilhão no mercado financeiro, antes do vazamento da delação premiada de Joesley Batista
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JBS comprou cerca de US$ 1 bilhão no mercado financeiro, antes do vazamento da delação premiada de Joesley Batista

O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, teve R$ 800 milhões de suas contas bloqueados pela Justiça Federal em São Paulo. A decisão liminar foi tomada pelo juiz Tiago Bitencourt De David, da 5ª Vara Federal Cível, no último dia 30 de maio, como parte da ação que investiga o empresário por suposto uso de informação privilegiada.

A JBS comprou cerca de US$ 1 bilhão no mercado financeiro, antes do vazamento da delação premiada de Joesley Batista . No dia seguinte, em meio à repercussão da denúncia envolvendo o presidente Michel Temer, a moeda norte-americana teve alta de mais de 8%.

A suspeita é de que os irmãos tenham usado informação privilegiada - a data do vazamento da delação - para comprar dólares e ainda lucrar com o escândalo envolvendo sua própria empresa.

A ação contra o empresário na Justiça Federal é movida pelo advogado Hugo Flizer Chaves Neto, que queria o bloqueio de R$ 10 bilhões e que a medida também atingisse Wesley Batista, o outro dono do frigorífico. O caso também é investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Delações

O executivo Joesley Batista apresentou à PGR (Procuradoria-Geral da República) gravações com Temer e com o senador Aécio Neves, nas quais negocia o pagamento de propina. No caso do presidente, o valor seria utilizado para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

Aécio teria solicitado ao empresário um repasse de R$ 2 milhões  para que pudesse efetuar o pagamento de advogados. Em outro trecho gravado, Aécio diz a Joesley que o presidente teria lhe pedido para que ele retirasse a ação movida pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"A Dilma caiu, a ação continuou e ele [Temer] quer que eu retire a ação. Cara, só que se eu retirar... E não estou nem aí, eu não vou perder nada, o Janot assume. O Ministério Público assume essa merda", diz Aécio na gravação, referindo-se a Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

As delações apontam ainda que a J&F, holding que contrata o frigorífico, já custeou as campanhas eleitorais de 1.829 candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da federação e 167 deputados federais por 19 partidos em todo o País.

As informações foram passadas aos promotores pelo diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud, que entregou um levantamento detalhado em que aponta todos os candidatos financiados pela empresa. A JBS já destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger políticos no Brasil .

* Com informações da Ansa

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