
Há seis meses sem tomar suas medicações, e sem dinheiro para comprar drogas, o indivíduo tem um forte surto psicótico, faz uma barricada na sua casa, e usando uma faca, ameaça matar seu pai, mãe e primo. A situação foge rapidamente de controle e o GATE é acionado para resolver.
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O Grupo de Ações Táticas Especiais é uma tropa de elite especializada na resolução de crises policiais urbanas complexas, como sequestros, cativeiros com reféns, criminosos fortemente armados e barricados e situações que envolvam explosivos. Se marginais colocam uma bomba num banco; se um ônibus com reféns é sequestrado ou se um cativeiro com vitimas é localizado, o GATE possui Policiais Militares altamente treinados, que usam equipamentos especializados, para solucionar estas situações. Foi isso que aconteceu nesta quinta-feira, 30 de novembro.

O Atirador de Elite do GATE possui a tarefa de proteger a vida de reféns, dos seus colegas de farda e também de atuar como um observador tático
“Baseado nas informações que recebemos do COPOM (Central de Operações Policiais Militares), decidi montar uma força de intervenção composta por três equipes do GATE, cada uma com sua especialidade distinta: Negociadores, Atiradores de Elite e Grupo de Invasão Tática. Nosso objetivo era bastante claro, salvar quatro vidas”, relata o Major PM Racorti, Comandante do GATE.
“Quando chegamos no local, o Capitão PM Soares, do 24º Batalhão já havia isolado e contido o local. Ele me informou alguns detalhes da situação, incluindo o fato de que os reféns haviam escapado e me passou o comando da ocorrência. Após uma rápida avaliação com os comandantes das minhas equipes, decidi iniciar utilizando os Negociadores”, continua explicando o Major.
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Essa fase da ocorrência não durou muito já que o individuo dentro da casa estava muito nervoso e agressivo arremessando objetos, ameaçando os Policiais e dizendo que iria se suicidar. A situação atingiu o limite quando ele começou a se cortar. Foi nesse momento que o Major Racorti decidiu encerrar as negociações e acionar sua Equipe de Invasão Tática, comandada pelo Tenente PM Gobbi.

O Major explica: “Treinamos vários protocolos de ação para situações distintas. Nesse caso iriamos lidar com uma pessoa sofrendo um forte surto psicótico com atos de extrema agressividade, se mutilando e se colocando numa situação de alto risco. Dei luz verde para a equipe do Tenente Gobbi entrar em ação e colocar um final rápido nesta esta ocorrência, resgatando e preservando a vida do agressor”.
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Para distrair momentaneamente o indivíduo barricado, o Tenente ordena o lançamento de uma bomba de gás lacrimogênio, que produz efeito imediato: o individuo fica confuso, para de se cortar, mas continua agressivo. O próximo passo, que finalizou esta situação, foi um disparo de “taser” (arma de choque não letal) que o incapacitou. A equipe médica do SAMU, parceiros inseparáveis das ocorrências do GATE, assume o controle da situação e passa a medicar o paciente.

“Essa é uma situação que dá muito prazer para todos os PMs do GATE. Colocamos em prática nosso intenso treinamento, e em frações de segundo salvamos a vida de uma pessoa, entregando-a de volta para sua família. O curioso desta ocorrência em particular é que, além da família nos agradecer, depois de medicado pelo SAMU e antes de ser levado para o hospital, o próprio rapaz também fez questão de reconhecer e agradecer o trabalho da Polícia Militar em ajudá-lo”, termina o Major Racorti.