Machos da espécie são muito menores e acabam sendo devorados pelas fêmeas após a cópula
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Machos da espécie são muito menores e acabam sendo devorados pelas fêmeas após a cópula

Um novo estudo descobriu que os machos de uma espécie de aranha, conhecida como tecedeira da seda dourada, se utilizam de um artifício bastante inusitado para acasalar e garantir sua própria sobrevivência: trocam uma de suas patas dianteiras por uma chance com as fêmeas.

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Segundo informações da ABC News, pesquisadores da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, descobriram que os machos, consideravelmente menores do que as fêmeas, acabam se utilizando da tática para distrair as parceiras e conseguir realizar a cópula. No estudo, a  aranha  que recebeu uma pata como refeição se mostrou menos agressiva e disposta a acasalar.

"Conseguimos boas evidências de que a troca é realizada como um gesto pacificador. A oferta dá aos machos mais tempo e paz para o acasalamento", afirmou Jutta Schneider, um dos integrantes do grupo que realizou o estudo.

Tal comportamento por parte dos machos acontece também por um motivo ainda mais relevante: lhes garante a própria sobrevivência . Isto porque é comum eles acabarem sendo devorados pelas fêmeas logo após o término do ato, e as patas oferecidas acabam sendo suficientes para aplacar a agressividade das companheiras.

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Pesquisadores que estudam os aracnídeos já sabiam que os machos podem ser bastante oportunistas e se aproveitam dos momentos de distração das fêmeas durante sua alimentação para poder acasalar. Entretanto, ao longo do estudo, eles conseguiram observar que os espécimes masculinos da tecedeira da seda dourada tomam a iniciativa de oferecer este alimento, ao invés de esperar por uma oportunidade.

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A pesquisa comprovou ainda que as fêmeas são mais propensas a aceitar as patas de seus companheiros do que partes de outros insetos. Acredita-se que tal comportamento se deva por algum tipo de atrativo químico encontrado nos corpos dos machos e que não se perde mesmo com as tentativas de limpeza realizada no laboratório: mesmo após serem mergulhadas em solvente, as patas dos machos ainda captam a atenção das fêmeas.

Entretanto, mesmo que a oferenda acabe garantindo a sobrevivência dos machos, Scheneider explica que o ato acaba trazendo consequências. Sem uma das patas, a aranha envolvida no ato sexual não consegue deixar a teia de sua parceira e acaba tendo que enfrentar os outros candidatos: "eles pequenas máquinas de guerra. Como já não tem uma ou duas das pernas, esse macho tem pouca coisa a perder".

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