Robert F. Kennedy Jr. durante comício da sua campanha como candidato independente à presidência dos Estados Unidos, em 2024
Gage Skidmore/Flickr
Robert F. Kennedy Jr. durante comício da sua campanha como candidato independente à presidência dos Estados Unidos, em 2024

Robert F. Kennedy Jr., candidato independente à presidência dos Estados Unidos, suspendeu sua campanha e declarou apoio ao ex-presidente e candidato republicano Donald Trump.

A informação já foi antecipada anteriormente pela agência de notícias Associated Press, que tomou como base um documento do Judiciário da Pensilvânia, no qual Kennedy Jr. solicitava a retirada de seu nome da cédula de votação no estado.

A imprensa estadunidense especulava que o ex-candidato, sobrinho de John F. Kennedy, planejava apoiar Trump. O anúncio era previsto para um comício do ex-presidente ainda nesta sexta-feira (23). Ele enfatizou que não está encerrando sua campanha, "apenas a suspendendo".

"Quero que todo mundo saiba que não estou encerrando minha campanha, mas a suspendendo. (...) É com um senso de vitória, e não de derrota, que estou suspendendo minha campanha. Conseguimos um milhão de assinaturas para concorrer e mudamos o debate nacional para sempre", afirmou.

O apoio de Robert F. Kennedy Jr., por sua vez, poderia ser significativo na corrida presidencial norte-americana - as pesquisas de intenção de voto, segundo o g1, indicam uma disputa acirrada entre Kamala Harris e Donald Trump, com a maioria apontando um empate técnico. Kennedy teria o voto de 4% dos eleitores, conforme dados da pesquisa da Ipsos realizada neste mês.

Após o anúncio, a família Kennedy classificou o apoio de Kennedy Jr. a Trump como "uma traição" e reafirmou seu respaldo à candidatura de Kamala Harris. Kennedy Jr. mencionou seu tio para justificar suas convicções e escolhas. 

Kennedy Jr. gerou certa confusão ao declarar que, mesmo suspendendo sua campanha, seu nome permanecerá nas cédulas de alguns estados, chegando a encorajar eleitores a votarem nele.

"Meu nome permanecerá na cédula em diversos estados e você pode votar em mim sem prejudicar a disputa. Eu os encorajo a votar em mim. Mas em aproximadamente 10 estados em que minha presença influenciaria o resultado, eu vou retirar meu nome, e já comecei esse processo e peço aos eleitores para não votar em mim", disse Kennedy Jr.

O político declarou seu apoio a Trump com base em questões como liberdade de expressão, a guerra na Ucrânia e a "guerra pelas nossas crianças". Ele também afirmou que esses fatores foram fundamentais para sua decisão de deixar o Partido Democrata. Após o anúncio, Trump agradeceu o apoio, durante um comício em Las Vegas.


Família Kennedy reitera apoio a Kamala

"Queremos uma América cheia de esperança e unida por uma visão compartilhada de um futuro mais brilhante, um futuro definido pela liberdade individual, promessa econômica e orgulho nacional. Acreditamos em Harris e Walz. A decisão de nosso irmão Bobby de apoiar Trump hoje é uma traição aos valores que nosso pai e nossa família mais prezam. É um final triste para uma história triste", afirmou a família em comunicado.

O documento foi assinado por Kathleen, Courtney, Kerry, Chris e Rory Kennedy. A família de Robert é influente na política estadunidense e é tradicionalmente democrata. 

John F. Kennedy, tio do político, foi presidente dos Estados Unidos, e Robert Kennedy, seu pai, foi senador - os dois foram assassinados: John durante mandato, em 1963, e Robert durante campanha à presidência, em 1968. O ex-candidato também já foi filiado ao Partido Democrata.

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